O Presidente do Conselho de Administração da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Rui Fonseca, manifestou-se preocupado pelo facto de o concessionário do Porto de Maputo, o MPDC, não estar a honrar com os compromissos assumidos no contrato de gestão daquela importante infra-estrutura.
Com efeito, declarou aquilo que chamou de `guerra sem tréguas´ no sentido de, neste ano, forçar o concessionário a reverter a situação que prejudica sobremaneira a estabilidade da empresa, dado que as taxas de aluguer e de exploração são uma importantíssima fonte de receita para os CFM.
Falando ontem em Maputo, na abertura da X Reunião Anual do Conselho de Directores dos CFM, Fonseca, precisou que o MPDC (Maputo Port Development Company) está a dever, neste momento, cerca de 10 milhões de dólares, valores que não pertencem apenas aos CFM, mas também ao tesouro.
`Não descansaremos enquanto não revertermos esta situação que permitirá melhorar as condições de trabalho, os nossos resultados e fazer face aos compromissos sociais e financeiros que os CFM têm, bem como o plano de investimentos da empresa´, declarou o PCA sem, contudo, se referir aos métodos a serem usados para forçar o MPDC a honrar com os seus compromissos, muito menos, ao que está previsto nos contratos rubricados.
Dirigindo-se a todos os gestores daquela maior e mais antiga companhia ferroviária do país, Rui Fonseca disse que não faz sentido que o Porto da Beira, operando a 40 por cento dos níveis atingidos em Maputo, esteja a declarar lucros, quando o `gigante´ Porto de Maputo, está sempre a declarar prejuízos. `Mesmo o pequeno Porto de Quelimane está a ter lucros e os gestores estão a honrar com os compromissos´, exemplificou.
No que se refere ao programa de investimentos, Fonseca refere que os CFM continuarão a priorizar a reconstrução da linha férrea de Sena e a reabilitação de algumas secções da linha de Machipanda. Com efeito, foram lançados no último trimestre de 2005 concursos públicos para a selecção do empreiteiro da Ponte Dona Ana e da reconstrução da via férrea.
NOTÍCIAS - 24.03.2006