ESPÉCIES MARINHAS, ENTRE PEIXE E CARANGUEJO DE MANGAL, MORTAS
Produtos, aparentemente, químicos derramados a partir de contentores transportados por um navio estrangeiro deixado à deriva na zona de Ndenguine e sem os seus ocupantes estão a provocar irritação na pele de banhistas e espécies marinhas mortas na praia do Bilene, província de Gaza.
De referir que a praia do Bilene é das mais concorridas instâncias turísticas moçambicanas por veraneantes nacionais e estrangeiros.
O derrame dos produtos até aqui não identificados ocorreu entre os dias 2 e 4 de Março corrente, segundo Mário Guilherme, director dos Serviços de Prevenção e Combate à Poluição Marítima, do Instituto Nacional da Marinha (INAMAR), instituição dependente do Ministério das Pescas (MP).
Ele acrescentou que o navio ainda se encontra no local, enquanto decorrem investigações sobre o tipo
dos produtos químicos derramados e, afastou, por outro lado, a possibilidade dos mesmos serem derivados de petróleo, por se tratar de produtos pastosos com cheiro fortemente nauseabundo, segundo conclusões tiradas após peritagem da empresa Petróleos de Moçambique.
Também o Instituto de Investigação Pesqueira (IIP) já recolheu amostras de peixe, água e sedimentos
para análises laboratoriais.
A praia do Bilene está interdita a banhistas, o mesmo acontecendo em relação à prática de pesca e consumo de peixe morto pelo agente poluente, segundo ainda Guilherme falando esta segunda-feira ao Correio da manhã.
O lençol do agente poluente que se estende ao longo da orla da lagoa de Uhembwe tem uma largura de três metros.
O navio ancorado contém contentores abertos e vazios, bem como três tambores abertos, dois contendo esticadores e amarras que servem para peamento de contentores e um vazio em terra.
(I. Armando) – CORREIO DA MANHÃ(Maputo) – 21.03.2006