A Netstar sul-africana acaba de submeter um processo legal na África do Sul contra a Netstar Moçambique, Limitada, detida em 45 por cento por Samora Machel Jr., filho do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel.
O director da Netstar sul-africana, John Edmenston, confirmou ao SAVANA que existe uma disputa legal entre as partes, por alegada violação do acordo contratual, e que o assunto está ser tratado através de arbitragem.
Samora Machel Jr. também confirmou o facto, mas acrescentou que irá exigir uma indemnização pelos danos causados á sua empresa pelo inesperado cancelamento do contrato. `Os nossos clientes ficaram ao Deus dará com esta situação e nós é que estamos a assumir isso´, disse.
Declinando entrar em muitos detalhes, disse que uma das razões que levou os sul-africanos a cancelar o contrato é o facto deles pretenderem ficar com a Netstar Moçambique a custo zero.
Ao que apuramos de fontes próximas do processo, o sucesso que a Netstar Moçambique estava a conseguir no mercado moçambicano terá feito com que os sul-africanos iniciassem uma série de demarches junto dos proprietários da firma nacional para comprarem a empresa.
O SAVANA apurou, de outras fontes, que outro factor que poderá ter estado na origem da discórdia é uma iniciativa comercial conjunta que as duas firmas estariam a planear implementar no Brasil, na proporção de 50 por cento das acções para cada lado. Contudo, o negócio não chegou a ser materializado, depois de se ter concluído que as cidades brasileiras eram maiores do que se pensava, e com uma toponímia muito mais complexa, o que exigiria o desenvolvimento de um outro tipo de produto.
Depois do fracasso do negócio os sul-africanos teriam apresentado á contraparte moçambicana uma factura que esta considerou de um valor `absurdo´, e que se destinava a pagar as despesas relacionadas com as pesquisas feitas no Brasil e para o desenvolvimento do novo produto para quele país da América do Sul. `Nós recusamos e dissemos que vamos desenvolver o nosso produto e quando estiver pronto vamos apresentá-lo, isto, ao abrigo de um contrato´, disse.
`Na altura eles concordaram, mas quando se aperceberam de que o produto estava a ter muito sucesso, mandaram uma carta a acusar-nos de não cumprimento de contrato, ou seja, estamos a instalar um produto não previsto no contrato´, precisou, para depois acrescentar que `foi assim que eles cancelaram-nos o acordo.
`Espantou-nos porque nós tínhamos informado. É verdade que não foi por escrito, foi durante um dos encontros. Na altura decidimos parar com a comercialização, porque não era nossa intenção ferir o contrato, explicou a fonte.
SAVANA - 24.03.2006