O Banco de Moçambique indica que, no período de 16 a 28 de Fevereiro de 2006, a taxa de câmbio média de valorimetria reportada no último dia do segundo mês do presente ano demonstrou mais uma vez que o metical está a depreciar perante o dólar, rand e, agora, em relação ao euro, que durante a primeira quinzena de Fevereiro manteve-se, experimentando uma ligeira apreciação de 0.01.
No período em análise, a taxa de câmbio média de valorimetria reportada no dia 28 de Fevereiro foi de 26,925.00 MZM/USD, 31,973.64 MZM/EUR e 4,351.59 MZM/ZAR, o que corresponde a uma depreciação do Metical em 4%, 3.7%, e 2.5%, respectivamente em relação ao dólar (USD), euro (EUR) e rand (ZAR).
Fonte desta instituição bancária indicou no princípio de Março corrente que, de 1 a 15 de Fevereiro , ao nível do mercado cambial doméstico, os câmbios médios das transacções ocorridas no décimo quinto dia do mês em análise, entre as instituições de crédito e a sua clientela, foram de 25,891 MZM/USD e 4,247.21 MZM/ZAR, o que corresponde a uma queda do Metical em 1.6% face ao dólar americano e 1.8% em relação ao rand, respectivamente.
Este enfraquecimento do metical repete-se numa altura em que o governo moçambicano anunciou que tudo vai fazer para que a taxa média de inflação situe-se na casa dos sete a oito por cento, contra 15 registados no ano passado.
Neste contexto, importa lembrar que o governador do Banco de Moçambique, Adriano Maleiane, disse, durante o trigésimo Conselho Consultivo, que a inflação alta, 15 por cento, registada no ano passado, foi provocada pelos agentes económicos, uma vez que operavam à margem das leis vigentes no País, daí chamar a atenção para que se respeitem as normas jurídicas que regulem actividade económica no solo pátrio.
Maleiane disse que um dos importantes desafios do Banco Central será a implementação de uma política consentânea para regular a transparência do sistema financeiro entre os agentes económicos nacionais e não só com vista a evitar a alta de inflação registada no passado.
- Reservas bancárias
Entretanto, no período de 15 a 28 de Fevereiro, as reservas bancárias reduziram 498 milhões de contos (mdc), dos quais, 511 mdc em moeda nacional.
Do ponto de vista de fluxos financeiros entre o Banco de Moçambique e as instituições de crédito, a redução das reservas bancárias decorreu das seguintes operações: venda de divisas pelo Banco de Moçambique no Mercado Cambial Interbancário (MCI), no montante equivalente a 634.7 mdc; aplicação de 587.8 mdc pelas instituições de crédito na Facilidade Permanente de Depósito (FPD); levantamento de 4.3 mdc em numerário pelas instituições de crédito, para o reforço das suas caixas.
Segundo dados recentemente tornados públicos, a redução da liquidez foi contrariada pelas seguintes operações: reembolso de Bilhetes de Tesouro (BTs) no montante de 470.4 mdc; vencimento de 201.2 mdc que estavam aplicados no Leilão de Depósitos e 47.8 mdc na FPC.
A injecção líquida de recursos pelo Estado no sistema bancário, por via da execução orçamental situou-se no período em 6.5 mdc.
As taxas de juro médias ponderadas dos leilões de BTs registaram aumentos moderados, fixando-se em 11.98%, 12.75% e 13.0% no dia 28 de Fevereiro, para os BTs com maturidades de 91, 182 e 364 dias, respectivamente. Em face disso, as taxas de intervenção do BM no MMI, que estão indexadas à taxa média dos BTs para maturidade de um ano, fixaram-se em 15.68% e 9.68%, respectivamente.
A informação preliminar indica que o saldo de Reservas Internacionais Liquidas (RILs) no dia 24 de Fevereiro foi de 947.9 milhões de dólares, o que relativamente a 17 de Fevereiro representava um desgaste de 11 milhões de dólares.
As operações mais relevantes com impacto para a queda de reservas internacionais foram: vendas de divisas pelo Banco de Moçambique no MCI no valor de 25.8 milhões de dólares; pagamento de dívida externa no montante de 1.6 milhão de dólares; transferências líquidas de 4.4 milhões de dólares pelas instituições de crédito para contas dos seus correspondentes.
Nelo Cossa - ZAMBEZE - 23.03.2006