As autoridades governamentais moçambicanas submeteram uma queixa formal junto do Governo sul-africano, devido ao `roubo´ de água perpetrada pelos farmeiros daquele país à montante do rio Incomáti.
No ano passado, o caudal do rio Incomáti, do lado do território moçambicano, tinha-se reduzido a um simples fio de água, devido á seca que atingiu a região da África Austral, tendo como agravante o excesso de água consumida pelos farmeiros sul-africanos.
Silas Mbezi, director executivo do Departamento para Assuntos de Água da África do Sul, que falava á agência sul-africana de notícias, SAPA, na cidade do México, á margem do IV Fórum Mundial da Água, disse que as autoridades moçambicanas ficaram arreliadas quando o rio quase `parou de fluir´ depois de atravessar a fronteira entre os dois países. `Eles submeteram uma queixa formal e, por isso, a África do Sul quer abordar esse problema´, disse Silas Mbedzi.
O rio Incomáti nasce na província sul-africana de Mpumalanga e, antes de chegar a Moçambique, percorre cerca de 450 quilómetros passando pela Suazilândia, entrando de novo na África do Sul para depois desaguar na costa moçambicana, no distrito de Marracuene, cerca de 30 quilómetros a norte da cidade de Maputo.
Ainda que os seus principais afluentes estejam localizados na África do Sul e Suazilândia, cerca de metade do rio percorre o terriório moçambicano. Descrevendo o rio como um `curso de água de grande actiidade´, Silas Mbezi disse que este rio está sob gestão da Autoridade de Água da Bacia do Incomàti (KOBWA).
De acordo com Silas Mbezi, as autoridades moçambicanas nunca mostraram interesse em fazer parte daquela organização para a gestão do rio Incomàti, uma situação que parece estar a tomar outro rumo, na sequência dos últimos acontecimentos registados no ano passado, que reduziram a um fio o caudal do Incomàti. `Agora Moçambique vê a necessidade de fazer parte do KOBWA´, disse.
Actualmente, somente a África do Sul e a Suazilândia fazem parte da gestão deste órgão.
NOTÍCIAS - 20.03.2006
Veja:
A Bacia do Incomati
Um grupo de trabalho constituido por elementos do GTA e alguns estudantes da Universidade Eduardo Mondlane, iniciou em Fevereiro de 2001 um trabalho de investigação sobre o rio INCOMATI.
http://www.gta.org.mz/binco.htm