Praticamente certo... ...só falta anunciar
(Maputo) O «Canal de Moçambique» está em condições de afirmar que em breve poderá vir a ser confirmada a exploração de petróleo na área marítima («off-shore») do Oceano Índico, entre o Divinhe, na província de Sofala, e o Cabo de São Sebastião a sul de Vilankulos, na província de Inhambane. As informações técnicas ainda no «segredo dos deuses» indicam já com bastante segurança que a exploração de petróleo naquela zona poderá vir a ser confirmada como comercialmente rentável.
Apesar de haver já bastantes certezas ainda se está a simular passos que habitualmente precedem o anúncio de uma ocorrência que sempre mexe com qualquer país que de repente se torna produtor de petróleo.
Moçambique já é hoje produtor de gás natural que exporta praticamente todo para a África do Sul e em menor escala é canalizado para a Matola onde já há industrias a usá-lo e que entretanto conseguiram com ele reduções significativas nos seus custos habituais.
Os pontos onde a exploração de petróleo é aconselhável já estão identificados e segundo especialistas, situam-se por baixo das ilhas do Arquipélago do Bazaruto e mais propriamente à vertical da Ilha de Magaruque, segundo fontes do «Canal de Moçambique».
Para não afectar a actividade turística na zona, as perfurações poderão vir a ser feitas ao largo, a partir de plataformas, não na vertical, mas, a penetrar obliquamente no subsolo até ser possível atingir os lençois onde a extracção finalmente se comprove ser economicamente mais viável. Esses pontos poderão estar por baixo das ilhas e o tempo o confirmará.
As prospecções ainda não estão a decorrer, mas, a SASOL, sul-africana, concessionária da extensa área continental («on shore») e oceanica («off shore») em que se explora correntemente gás natural está a preparar as condições para anunciar um concurso internacional aberto a empresas de pesquisa sismicas.
Presentemente, nas regiões do norte de Inhambane e sul de Sofala decorrem trabalhos tendentes a analisar as interacções e implicações entre turismo; pesca aretesanal, semi-industrial e industrial; e exploração petrolífera «off-shore».
As ilhas de Magaruque e Santa Carolina, duas das cinco que compõem o arquipélago do Bazaruto foram cedidas pelo Estado moçambicano, através do IGEPE – Instituto de Gestão de Participações do Estado, em escritura assinada a 9 de Fevereiro, por representantes do IGEPE e do FUTUR, ao grupo britânico «Echo Delta (Holding), Limited».
O «Grupo Echo Delta (Holding) Limited», de origem britânica e registado nas Ilhas de Man, para além dos importantes projectos turísticos que anunciou pretender implementar no Arquipélago de Bazaruto, também revelou o seu interesse em reabilitar o Hotel D.Carlos e o Motel Estoril na cidade da Beira, o segundo maior centro urbano do País e o mais próximo da zona de exploração.
De acordo com fontes do «Canal de Moçambique» o «Grupo Echo Delta» tinha alguma relutância em avançar para a reabilitação dos referidos hotéis na Beira mas que terá sido por imposição do FUTUR que acabou aceitando essa premissa contratual. Dela dependia a concessão de Magaruque, Santa Carolina e do Hotel D.Ana em Vilankulos.
No Arquipélago do Bazaruto já operam os grupos «Pestana», madeirense/português, e «RANI RESORTS» propriedade de um magnata árabe-saudita. (x)
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«Condensado» de petróleo
Moçambique exporta desde 2004
* Naquele ano, em 5 meses, Temane exportou 35 mil metros cúbicos
(Maputo) Cerca de trinta e cinco mil (35.000m3) métricos cúbicos, o equivalente a aproximadamente 175 mil barris, de «condensados» (um género de «crude») foi quanto saiu das instalações da SASOL em Temane, distrito de Inhassoro, província de Inhambane, em Moçambique, nos primeiros cinco meses em que a operação se realizou no ano de 2004. Desde então e até ao momento essa operação de transporte rodoviário tem estado a processar-se ao ritmo de 11 camiões/dia com uma capacidade de carga por viatura de cerca de 33 toneladas, em média. Ou seja, entre 150 e 165 barris/dia, por viatura, ou ainda, sendo 11 em média os camiões a tomar parte da operação de escoamento do «condensado» ou «crude», estamos a falar de mais de mil e quinhentos barris por dia (1.500 barris/dia).
Até hoje não há números que indiquem o volume de receita que essa operação vem proporcionando ao país. Esperamos poder obtê-los da «Petromoc» com a maior brevidade que nos permitirem para os darmos a conhecer aos leitores.
As autoridades moçambicanas têm mantido a operação em segredo, falando apenas e vagamente em exportação de «condensados» sem nunca fazer referência a dados concretos que permita aferir-se de que volume se está a tratar.
De acordo com fontes bem informadas, nos primeiros 5 meses da operação, em 2004, demandaram as instalações da SASOL em Temane, mil e setenta e seis (1076) camiões cisterna com capacidade para transportar, entre a unidade tractor e o atrelado, 33 toneladas de «condensado» – uma das muitas variedade de «crude», perfazendo 35 mil metros cúbicos.
O «condensado» que está a ser transportado é um subproduto da extracção de gás a cargo da SASOL, sul-africana, a partir do campo de Temane, no distrito do Inhassoro, província de Inhambane.
O transporte do «condensado» é feito de Temane para um ponto portuário na Cidade da Matola, em camiões a cargo da «PETROMOC».
De acordo com as informações de que o «Canal de Moçambique» dispõe a operação prossegue diariamente ao mesmo ritmo.
A densidade do «crude» (um tipo de hidrocarboneto) é muito variável de acordo com a sua origem; daí os muitos tipos de refinarias.
“Um «condensado» é um líquido resultante do resfriamento de um vapor que pode também ser ocasionado por uma baixa de pressão”. A sua densidade é variável, apresentando um aspecto espesso, betuminoso ou concentrado («condensado»), de côr escura.
Um metro cúbico desse subproduto de hidrocarboneto – o «condensado», corresponde sensivelmente a cinco barris. (R.)
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 06.03.2006