Um médico em cada distrito
- Hoje comemora-se o Dia do Médico e da criação da Associação Médica de Moçambique
O Ministro da Saúde, Ivo Garrido promete que até 2010, Moçambique vai formar 120 médicos, número adequado para a colocação de um médico em igual número de distritos que o País possui. O titular do pelouro da Saúde que avançou essa informação à margem do encerramento do Conselho Coordenador, disse ainda que por enquanto, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) é a única instituição de formação de médicos, mas em 2008, a Universidade Católica da Beira (UCB) começa abastecer as unidades sanitárias com os seus primeiros médicos licenciados.
Ivo Garido ressalvou que "não significa que nessa altura teremos médicos suficientes, porque ainda falta muito", tendo frisado que de acordo com as conclusões do Conselho Coordenador(CC), "não só estão em falta os médicos", como também, "a reunião definiu a prioridade de se acelerar a formação de
técnicos de laboratórios".
Justificando a necessidade urgente da formação de técnicos para aquele sector, Garido apontou como exemplo que "em algumas Unidades Sanitárias, na falta de pessoal farmacêuticos, as pessoas que entregam medicamentos aos doentes são serventes, sem nenhuma formação para tal".
Entretanto, o ministro disse que o CC, "aprovou entre outras necessidades, a construção e reabilitação de casas para médicos nas sedes distritais e que um médico recém- formado, deve ser alocado à certa Unidade Sanitária com um«kit constituído por bens domésticos essenciais para o início da vida profissional e outras formas de estímulo ao trabalhador da Saúde, pois não há nenhuma política da Saúde que pode ser efectiva, sem que seja realizada pelo próprio trabalhador".
No caso concreto, o ministro revelou que "há dois médicos em Tete, capital da província do mesmo nome, à espera da conclusão da construção de casas, onde deverão habitar nos distritos onde foram afectados".
A esta questão, Garido assegurou que como se trata só do decurso das obras, preferia não anunciar, mas como a realidade é até o próximo ano, "o projecto de construção das referidas casas estará pronto".
Fazendo uma avaliação positiva do balanço que vai desde o último Conselho Coordenador, Ivo Garido disse que os quadros do MISAU começaram a sentir a necessidade de cumprir cabalmente as suas tarefas, mas: "não estou satisfeito, porque ainda falta muito por fazer, atendendo que as mudanças
levam seu tempo, e não é de um dia para o outro que uma pessoa muda de atitude", reconheceu o ministro.
Para exemplificar, o responsável máximo do pelouro da Saúde em Moçambique disse que "agora, as Unidades Sanitárias estão mais limpas do que no período do ínicio da campanha de ofensiva organizacional ao sector da saúde. Só não vê quem não quer ver e, esse é pior que um cego. Também reduziu o tempo de espera e mau atendimento, a falta de delicadeza e maus falatórios dos trabalhadores aos doentes, mas não como eu quero" avaliou Garido.
Conforme Ivo Garrido, das decisões do CC, foi criado a figura de Coordenador Provincial que irá ocupar-se de doenças endémicas, Infecciosas e de Transmissão Sexual, incluindo o HIV/SIDA, a Malária, Tuberculose e Lepra, com vista a descongestionar o Médico Chefe Provincial que estará mais ligado
ao Serviço Materno Infantil (SMI), Programa Alargado de Vacinações (PAV), por exemplo.
Aurélio Muianga - VERTICAL - 28.03.2006