São Tomé, 04 Mar (Lusa) - O governo de São Tomé e Príncipe negou ter inviabilizado a assinatura do contrato petrolífero de partilha de produção do bloco 4, da zona de exploração conjunta com Nigéria, informou hoje a Agência Nacional de Petróleo são-tomense.
A posição de São Tomé e Príncipe foi tornada pública esta manhã na capital de São Tomé, numa reacção a acusações das autoridades nigerianas, há oito dias, em Abuja, Nigéria, sobre o fracasso registado numa cerimonia conjunta que visava a assinatura do referido contrato.
Além de ter responsabilizado o governo são-tomense pelo fracasso, a Nigéria teria ainda exigido um pedido de desculpas da parte de São Tomé, que acusou de ter violado um dos acordos do tratado da exploração conjunta.
Reagindo às acusações da Nigéria, a Agência Nacional de Petróleo, ANP, são-tomense escreveu, no comunicado, que "em momento algum o governo de São Tomé e Príncipe solicitou qualquer adiamento da cerimonia de assinatura do contrato de partilha de produção do bloco 4, nem tão pouco manifestou oposição à assinatura de qualquer outro contrato".
No seu comunicado, a ANP são-tomense deixou bem clara a intenção da parte nigeriana de querer pressionar as autoridades de São Tomé e Príncipe a assinarem o documento sem conhecerem os pormenores das últimas alterações produzidas no texto do contrato pela ERHC, uma empresa de controlo nigeriano que se afigura com umas das operadoras do bloco 4, juntamente com a Addax da Suíça.
De acordo com o comunicado de imprensa da ANP, a alteração à última hora deveu-se, sobretudo, à inclusão de uma outra empresa nigeriana, a Godosonic, que adquiriu 9 por cento do interesse participativo da ERHC.
Tendo argumentado que a inclusão da nigeriana Godosonic alteraria a distribuição inicialmente aprovada em Maio de 2005, no âmbito do processo de adjudicação do bloco 4 - avaliado em 90 milhões de dólares -, a parte são-tomense teria exigido uma copia da última versão do documento no sentido de tomar uma decisão final.
"Perante estes factos, o governo de São Tomé e Príncipe solicitou cópia do acordo de operação conjunta entre os co- empreiteiros, informação que até a data presente não foi recebida" - lê-se no comunicado da ANP.
Veja
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/nigria_exige_de.html