A representante do Alto Comissariado para os Refugiados em Moçambique (ACNUR), Vitória Akyeampong, manifestou ontem a sua preocupação pela entrada maciça de refugiados malawianos no nosso país.
Revelou estar já em preparação um encontro entre os Governos dos dois países vizinhos, visando perceber as razões que estão por detrás do fenómeno.
Akyeampong que falava a margem do seminário sobre o plano estratégico do ACNUR e do Instituto Nacional dos Refugiados (INAR), disse que a informação que chegou ao seu escritório, através da representação no Malawi, refere que os refugiados que se encontram naquele país estão a abandonar os centros, como resultado de um rumor segundo o qual existe um plano do Governo para o repatriamento deste grupo para as suas terras de origem.
Devido a sua estabilidade socio-política, Moçambique, tem sido um dos países preferidos pelos refugiados e outras redes de traficantes que usando a capa de refugiados de guerra escalam o país.
Relativamente a esta questão, a fonte reconheceu a necessidade de reforçar a coordenação entre as representações do ACNUR em países que assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre os refugiados, no sentido de tornar possível o controlo dos refugiados que passam de um país para o outro.
Em Moçambique existem cerca de sete mil refugiados provenientes de diferentes países africanos, que representam um custo de 1.400 milhões de dólares norte-americanos anuais.
Por seu turno, a directora do INAR, Rosa Chissaque, disse que um dos grandes problemas que apoquentam o sector que dirige relaciona-se com a entrada no país de redes de tráfico e contrabandistas, que demandam as fronteiras nacionais sob a capa de refugiados, e aproveitando das fragilidades do controlo em território nacional.
`Não é fácil controlar a olho nu um refugiado genuíno de um traficante. Penso que a saída passa pela formação do pessoal dos postos de entrada´, disse Chissaque, defendendo a necessidade da existência de uma forte coordenação entre os países, o que permitiria uma troca de informação sobre os indivíduos que entram no país em nome de refugiados de guerra.
NOTÍCIAS - 22.03.2006