O Movimento Democrático Força da Mudança - Par tido da Convergência Democrática (MDFM-PCD) venceu as eleições legislativas em São Tomé e Príncipe, com 37,19 por cento dos votos, conquistando 23 dos 55 lugares do parlamento, anunciou a comissão eleitoral.
Segundo os resultados totais provisórios divulgados ainda domingo (hora local, menos uma do que em Lisboa) pelo presidente da Comissão Eleitoral Nacional, José Carlos Barreiros, a segunda força mais votada foi o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD), com 28,88 por cento dos votos e 19 deputados.
A Acção Democrática Independente (ADI) ficou em terceiro lugar, com 19, 97 por cento dos votos e 12 deputados, seguida do movimento Novo Rumo, com 4,67 por cento e um único deputado.
José Carlos Barreiros adiantou ainda que a abstenção foi de 35,96 por cento, dos 70.849 eleitores inscritos.
A vitória do MDFM-PCD, apoiado pelo presidente da República, Fradique de Menezes, tinha já sido anunciado pelo secretário-geral da coligação, Tomé Vera Cruz, que, no entanto, não dispunha ainda do número de deputados conquistados.
O líder do MLSTP-PSD havia também já admitido a vitória da coligação MDFM-PCD, tendo confessado que «na política as coisas são assim; às vezes ganha-se, outras perde-se».
Espera-se agora na capital são-tomense uma declaração de vitória da coligação MDFM-PCD que, dado o adiantado da hora - 00h30 (1h30 em Lisboa) - só deve ser feita a meio da manhã de hoje.
Nessa altura, a direcção da coligação poderá também avançar o nome que tenciona apontar para o cargo de primeiro-ministro, na presunção de ser convidada a formar governo, cuja divulgação quis guardar para depois de conhecidos os resultados, alegando a necessidade de «alguma estratégia do ponto de vista negocial» no caso de não chegar à maioria absoluta.
Apesar da vitória, o facto de não ter alcançado uma maioria absoluta no parlamento deixa o MDFM-PCD numa situação difícil, até porque o líder da ADI, Patrice Trovoada, já tinha afirmado possuir «a chave da governação», estando aberto a uma coligação para garantir uma maioria absoluta no parlamento.
O presidente do MLSTP-PSD, por seu turno, admitiu, ainda antes da repetição das legislativas no domingo, uma eventual coligação com a ADI, que, face aos resultados provisórios, daria aos dois partidos uma confortável maioria absoluta de 31 deputados.
EXPRESSO AFRICA - 03.04.2006