O Conselho Islâmico de Moçambique (CIM) anunciou hoje ter levantado o boicote que em Fevereiro lançou contra o semanário Savana, na sequência da publicação pelo jornal das polémicas caricaturas do profeta Maomé.
Um comunicado assinado pelo presidente do CIM, xeque Aminuddin Moahmad, reitera "indignação e repúdio pela publicação das infamadas caricaturas do sagrado profeta Maomé".
No entanto, o CIM justifica com o "dever de fomentar a paz e manter a harmonia" a sua decisão de levantar o boicote a um dos principais jornais de Moçambique.
O CIM adianta que fica "reservado ao muçulmano, na qualidade de cidadão em exercício livre dos seus direitos, agir em fé e consciência, dentro do espírito da lei" nas suas relações com aquele jornal.
O boicote ao Savana, propriedade da Mediacoop, que também detém o diário por fax Mediafax, foi lançado a 17 de Fevereiro pelo CIM, que considerou "um grosseiro insulto à comunidade muçulmana" a publicação de sete caricaturas de Maomé.
Apesar dos pedidos de desculpas, a comunidade muçulmana manifestou-se nas ruas de Maputo contra o jornal depois de, logo no dia da publicação dos desenhos, alguns dos seus elementos terem vandalizado as instalações daquele órgão de informação.
A comunidade muçulmana de Moçambique é a mais forte do ponto de vista económico mas a sua força raramente se estende ao poder político, como ainda recentemente se queixaram alguns dos seus líderes por não se sentirem representados no novo Conselho de Estado nomeado pelo presidente da República, Armando Emílio Guebuza.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 13.04.2006