Munguambe era suspeito de desmandos
A ministra dos Negócios Estrangeiro e Cooperação, Alcinda Abreu, acaba de demitir das suas funções, Gamiliel Munguambe, director nacional da desminagem, posto que ocupava há mais de dez anos, alegadamente por má gestão da instituição, incluindo suspeitas de corrupção.
Em sua substituição, a ministra Abreu nomeou Júlio Braga, antigo embaixador de Moçambique no Zimbabwe.
De acordo com as fontes, Gamiliel Munguambe, tem vários problemas na instituição. “Quando cá chegou, a instituição tinha muito património. Tratou de vender algum, como se o mesmo fosse da sua casa. Vendeu ainda algumas viaturas doadas pelos parceiros aos seus amigos alegando que as mesmas eram antigas”, disse uma fonte daquela instituição.
“Fazia contratos de desminagem com empresas dos amigos, em vez de seguir o que a Lei manda”. “Neste processo da venda de viaturas, começou por entregar um carro que estava afecto à Direcção, alegadamente por ser feio, tendo seguidamente alugado um outro de marca volvo no valor de três mil dólares americanos por mês”, acrescentou esta fonte.
“Como se isso não bastasse, entregou ainda duas máquinas de desminagem de marca AARVARK, máquinas essas oferecidas pelo governo francês, no âmbito da cooperação existente entre Moçambique e França. Essas máquinas foram vendidas em Angola no valor de 40 mil dólares americanos”.
“No ano passado, o governo moçambicano colocou à sua disposição 25 biliões de Meticais para a desminagem, mas o director Munguambe desviou o mesmo, tendo-o alocado ao Programa Acelerado da Desminagem (PAD) nas províncias de Inhambane, Gaza e Maputo, para a indemnização de alguns trabalhadores. Este valor não se destinava às indemnizações”.
Rui de Carvalho -ZAMBEZE - 28.04.2006