A Grindrod, uma companhia de navegação sul-africana, adquiriu 12,24 por cento da concessão do Porto de Maputo, o mais movimentado de Moçambique, anunciou a administração da empresa.
A entrada da Grindrod no consórcio internacional que gere o porto de Maputo, anunciada quarta-feira, pode injectar alguma pujança financeira no empreendimento, cujo concessionário é acusado pelo Estado moçambicano de não estar a respeitar os contratos.
No entanto, não foram reveladas as verbas envolvidas nesta operação.
O presidente do conselho de administração do Grindrod, Ivan Clark, disse que a compra de acções no porto de Maputo responde a um pedido de firmas sul-africanas no sentido de a companhia portuária entrar na gestão daquele porto moçambicano.
"Os nossos clientes têm-nos pedido soluções logísticas através do Porto de Maputo, por isso, a nossa aposta faz sentido", sublinhou Clark.
A aquisição de acções faz também parte da estratégia da Grindrod de se envolver na concessão de infra-estruturas portuárias da África Austral, acrescentou o presidente da companhia sul-africana.
Por seu turno, o director-executivo da Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo (CDPM), o consórcio internacional que detêm 51 por cento do porto de Maputo, considerou importante a presença de "um parceiro local, com experiência no ramo portuário, capacidade financeira e os necessários contactos para o desenvolvimento do importante e estratégico porto de Maputo".
A CDPM é dirigida pelo segundo maior grupo portuário do Reino Unido, a Marsey Docks, e foi acusada nos últimos dias pelo Estado moçambicano e pelos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) de dívidas no valor de 9,2 milhões de euros relacionadas com os contratos de concessão do Porto de Maputo.
A empresa portuguesa Liscont Operadores de Contentores integra igualmente o referido consórcio internacional.
Além do CPDM, o Porto de Maputo é igualmente participado pela CFM, que controla 51 por cento, em representação do Estado moçambicano.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 06.04.2006