O Conselho Nacional de Combate à Sida de Moçambique (CNCS) reconheceu quarta-feira o fracasso no combate à doença no país apesar da gigantesca mobilização de fundos nacionais e internacionais.
Falando no acto de entrega de um montante de 364.000 euros ao ministro do Interior, José Pacheco, para o reforço do combate à Sida na polícia, a secretária executiva do CNCS afirmou que, apesar da injecção de milhões de dólares, o país não conseguiu conter a propagação da doença.
Segundo Joana Mangueira, a gigantesca mobilização de fundos nacionais e internacionais contra o HIV/SIDA não impediu que a prevalência desta doença disparasse de cerca de 14 por cento para 16,2 por cento, em 2005.
Para este ano, o CNCS prevê necessidades orçadas em cerca 12,4 milhões de euros para o combate à doença, uma verba quase igual à despendida pelo mesmo organismo em 2005.
O reconhecimento do fracasso no combate a uma das doenças que mais mata em Moçambique por parte do órgão do governo que coordena a luta contra a Sida corrobora críticas anteriormente feitas por vários doadores internacionais sobre a ineficácia das acções do executivo nessa matéria.
Referindo-se ao apoio concedido ao Ministério do Interior, a secretária executiva do CNCS indicou que o dinheiro destina-se aos polícias infectados, crianças órfãos de agentes vitimados pela doença e outros quadros do Ministério do Interior.
Segundo o ministro José Pacheco, a sua corporação perdeu no ano passado 416 polícias e 52 técnicos, devido à Sida, "uma situação que se tem reflectido de forma negativa na instituição".
"É evidente que com a perda de efectivos e com o estado de saúde debilitado de outros, a nossa missão de garantir a ordem e a tranquilidade públicas fica afectada, exigindo um maior esforço da grande maioria dos funcionários e agentes da polícia", disse.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 13.04.2006