A viúva do primeiro Presidente moçambicano Samora Machel, Graça Machel, denunciou a compra de votos por membros da FRELIMO para ocuparem um cargo no comité central, o principal órgão de decisão política do partido no poder em Moçambique.
"Há pessoas que pagam para serem membros do comité central", disse Graça Machel, em Nampula, citada pelo jornal Wampuhula Fax, uma publicação electrónica editada nesta província do norte de Moçambique.
Segundo Graça Machel, a compra de votos para ascender àqueles cargos ocorre frequentemente nas conferências distritais, provinciais, registando-se, algumas vezes, em congressos do partido, onde alguns membros da FRELIMO chegam mesmo a "forçar" por via de dinheiro o seu ingresso no comité central.
A viúva de Samora Machel e actual mulher do ex-Presidente sul- africano Nelson Mandela falava numa palestra sobre a "gestão de mudanças" em Nampula, que contou com uma centena de quadros da FRELIMO desta região do país.
Machel explicou que aquando da sua criação, em 1962, aquela formação política decidiu pela eleição gradual de membros àquele órgão, reconhecendo, no entanto, a violação deste princípio por parte de alguns membros.
Anteriormente, "o interesse fundamental do povo era a primazia do nosso trabalho e depois é que vinham os interesses individuais e do partido. É por isso que fazia sentido ser membro do comité distrital, provincial, central, do Governo, da Assembleia da República e por aí adiante", disse.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 04.04.2006