Em apenas três meses
Cento e noventa pessoas morreram de malária no primeiro trimestre deste ano na província de Sofala, centro de Moçambique, de cerca de 149 mil casos da doença registados pelas autoridades de saúde naquele ponto do país.
Falando por ocasião do Dia Africano de Luta contra o Paludismo, que se assinala hoje em todo o continente, o director da saúde da província de Sofala, Alberto Baptista, afirmou, sem indicar dados comparativos, que os casos registados nos primeiros três meses deste ano revelam que a malária está a agravar-se em Sofala.
Só em todo o ano passado, perderam a vida 546 pessoas devido à doença, dos cerca de 541 mil casos de malária diagnosticados no mesmo período, o que representou um aumento de 1,4 por cento no número de óbitos em relação a 2004, sublinhou Baptista.
Para conter a mortalidade causada pela malária em Sofala, as autoridades sanitárias estão a introduzir um novo medicamento na primeira linha de tratamento da malária, o artesunato, que será associado ao fansidar.
Segundo o director da saúde da província de Sofala, a utilização da nova terapia deve-se a queixas dos doentes de que a terapia até agora adoptada como de primeira linha, assente na amodiaquina e fansidar, está a provocar danos colaterais nos doentes.
A malária é, ao lado do HIV/SIDA, a doença que mais mata em Moçambique, sendo também a principal causa da abstinência laboral e escolar.
O director regional para África da Organização Mundial da Saúde (OMS), o angolano Luís Sambo, disse, por ocasião do Dia Africano de Luta contra o Paludismo, que aumentou o número de doentes com acesso ao tratamento contra a malária.
Sem apontar números, Sambo afirmou que a subida do número de pessoas que beneficiam do tratamento contra a malária em África deve-se à introdução de terapias combinadas com base na amodiaquina.
EXPRESSO AFRICA - 26.04.2006