Mais de uma dezena de mulheres de nacionalidade moçambicana encontram-se detidas no Brasil, sob a acusação de envolvimento em redes internacionais de tráfico de drogas.
A maior parte delas aguarda ainda julgamento, de acordo com as autoridades moçambicans.
Recorde-se que nos últimos anos têm aumentado os casos de pessoas do sexo feminino surpreendidas em alguns dos principais aeroportos do país pela Polícia moçambicana na posse de drogas ilícitas provenientes do Brasil.
Só na penitenciária de Tatuapé, uma cadeia de máxima segurança nos arredores de São Paulo, uma missão liderada pelo procurador-geral da República de Moçambique entrevistou 14 cidadãs moçambicanas ali detidas por tráfico de drogas.
Suspeita-se que sob a maior parte delas pesem acusações e consequências penais aplicáveis às que nos meios do narcotráfico são vulgarmente designadas de `mulas´ ou `passadoras´.
Trata-se de pessoas recrutadas a troco de dinheiro, para em voos comerciais e outros transportarem droga, muitas vezes ocultando no seu corpo ou dissimulada por entre a sua bagagem.
No caso das moçambicanas detidas na penitenciária de Tatuapé, as suas idades variam entre os 19 e 49 anos, exactamente a mesma faixa etária em que se situa um crescente número de mulheres surpreendidas à sua chegada e provenientes exactamente do Brasil na posse de droga, com destaque para a cocaína.
O procurador-geral da República, Joaquim Madeira, afirmou que estão a ser feitas diligências `para que as moçambicanas que ainda não o foram - apenas uma das 14 o foi - sejam julgadas o mais breve possível e cumpram as suas penas, tal como é seu desejo, em Moçambique. O Governo está a encetar contactos nesse sentido pelas vias diplomáticas´.
NOTÍCIAS - 17.04.2006