(em debate no mocambiqueonline)
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…Plágio de personagem de romance de João Craveirinha mas também insulto na caricatura ao Poeta José Craveirinha na figura do Sogro…poeta e jornalista…subentendendo-se nas entrelinhas do texto…com clareza!
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O texto em questão e respectiva análise comprovativa:
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SAVANA Maputo 24.03.06
Missa Pagã
Por Fernando Manuel
O meu sogro é jornalista
Eu tenho dezanove anos de idade e estou perdidamente perdida por um moço quatro anos mais velho do que eu, não é bonito de cara mas tem um corpo maravilhoso, flexível como uma haste de bambú ao vento e uma alegria e beleza de alma que me põe quase que louca, de tão transtornada de prazer.
Chamo-me Jezzebell.
Ele chama-se Tiago. Completo é Santiago Gonera Samuel. Define-se como “um criativo”, é irriquieto pôca, tem curso médio de design pela Escola Nacional de Artes Visuais e já tentou tudo na vida: “Jezze”, diz-me, quando o recrimino, timidamente, sobre o seu modo de vida, ele que é tremendamente temperamenal, explosivo mesmo (já comprou e vendeu cama, já comprou e vendeu DVD’s, já ajudou os pais em enrascadas de pagamento de energia e água mas nunca pára – “Jezz”, diz-me ele, “eu preciso de dinheiro para fazer arquitectura. O kôta teu sogro, meu pai querido, mal se aguenta nas canelas para nos dar de comer. Eu preciso de me virar”.
Diz isto com um sorriso distraído e olhar a vasculhar as profundezas dos meus olhos e ri-se. Ri-se de forma tão franca, honesta e livre que, sem eu o querer conscientemente, ponho-me também a rir e ele abraça-me e beija e… “Jezzebell, je t’aime”. Melhor do que isto, dito pela sua voz precocemente rouca, só morango com chantyly…
…E gosto da minha sogra. Poderá vir a sê-lo?
Sei lá! Ela é tão exigente! Outro dia mandou-me fazer os preliminares para fazer uma mathapa com caranguejo. Significando: pilar a mathapa com alho junto qb, ralar o coco, pilar o amendoim, cozer o caranguejo em água e sal e deixar tudo a postos, cada ingrediente na sua tigela.
Saí-me mal: ela olhou para aquela confusão toda e disse, severa: “é essa porcaria que você quer dar ao meu filho, para comer quando estiveres casada, senhora doutora? 0 meu filho não come diplomas. Vá lá para a sala ver a porcaria dos filmes de Jean Claude Van Damme. E, se você casar com o meu filho, eu corto uma parte do meu clítoris e dou de prenda”.
Suspiro:
“Mas eu perdoo. Tenho 19 anos e estou perdidamente apaixonada por um de 23, não tenho culpa de não saber fazer mathapas Tanto mais que, de facto, o que me fascina naquela casa é a figura do meu sogro: magro, de pele extremamente clara (será anémico, pergunto, sempre que o vejo, mas pergunto em silêncio a mim própria) nada mais que 1,65 metro de altura nos seus 53 anos de idade, lábios frementes, o rosto feito um pergaminho de chocolate museu de rugas de perenes perguntas sobre a vida, de tronco nu, calções e descalço, na cozinha, de dia ou de noite, afogado no meio de livros e revistas e jornais, com os óculos de lentes mais grossas que o fundo de um garrafão de 20 litros de capacidade – já cá não se fazem – a ler, ler, ler, a levantar os olhos cuja íris não se vê por detrás de lentes que tais a responder, distraidamente, “oh, olá Deolinda” eu a dizer “não sou Deolinda, pai, eu sou a Jezzebell, namorada do teu terceiro filho, ele ah, vocês são iguais…”
Depois tira os óculos, olha para mim fixamente, esfrega o cano do nariz, que tem finas gotículas de suor húmido e acrescenta, com um sorriso belo, infantil, fresco como as pétalas de uma flor – qualquer que seja – numa manhã de orvalho em Maio e diz: “seja como for, tenho muito orgulho nos meus filhos. Eles têm bons gostos. És muito linda. Como é que disseste que te chamas?”.
“Jezzebell, pai.”
“Jezzebell. Tudo em ti é bonito. O que é que gostarias de ser quando adulta?”
“Uma versão mais apurada de jornalista.”
“E isso vem a ser o quê, Jezzebell?”
“Poetisa, pai!”
“Isso é pura loucura. Mas admiro a tua coragem. Sê feliz, poetisa.”
“O que me deseja é impossível, pai. Eu sei. Um poeta nunca é uma pessoa feliz. Mas eu assumo essa loucura. Só espero que me não faça perder o meu grande amor. O seu filho”.
“Jezzebell: os grandes amores nunca se perdem.”
“Pai: vou pedir à mãe Magadzi para me ensinar a fazer mathapa com caranguejo e arroz de coco. Agora vou deixá-lo. Estou a ver que está a ficar impaciente. Está a ler o quê mesmo, pai? Ah: Viver Para Contá-la. Gabriel Garcia Marquez. Hum, hum…”
“Hum, hum, hum… Jezzebell.”
“Hum, pai.”
Eram 3 da manhã, chovia, a casa era de madeira e zinco e se calhar nem era ninguém, e ninguém sabia se eram lágrimas de dor, gotas de chuva ou pura empatia de gozo, o simples gozo de se sentir que se está vivo:
“Amo-te muito, Jezzebell”, eram 5 da manhã e continuava a chover
“Eu também, pai! Mas como é que vou dizer isso ao teu filho ?…”
Autópsia do plágio ou imitação ordinária…
Intróito
Em propaganda (acção psicológica), utilizam-se técnicas de injúria mais ou menos disfarçadas. A escola e a técnica são as mesmas para dissecar um texto quer em literatura quer em jornalismo quer em discurso político ou quer ainda num panfleto de agitação. É só estar-se atento na leitura e aprofundar todos os subentendidos escondidos mas sempre visíveis para quem for bom observador. Uma espécie de gato escondido com a cauda de fora. Em todos os casos é necessário uma releitura atenta e lenta, cuidada e com perspectiva indo mais fundo na intenção da mensagem. A base sempre é uma acção psicológica sobre o leitor e não é por acaso que em todas as campanhas de marketing ou políticas ou em guerras o factor psicológico de alienação de massas tem um papel muito secreto, meio invisível. Dependerá também de mais ou menos talento dos escribas na limpidez da mensagem ou então encriptada (codificada) somente para o destinatário ou alvo a atingir reconheça ser a “vítima” e sua possível reacção para gerar polémica. Cabe ao lado dos técnicos da contra – propaganda ou contra-informação desmontar essa teia maquiavélica e expor a trama mesmo que apareça aparentemente inocente e sem intenção.
Houve alguma hesitação em reagir. Mas o caminho é para a frente.
Dentro destes considerandos se enquadra o plágio da personagem do romance Jezebela – Jezy imitados com malícia jocosa por Fernando Manuel do Savana para parodiar depreciativamente com a figura do poeta José Craveirinha (na sua macheza), através do autor do Romance Histórico Jezebela – O Charme Indiscreto dos Quarenta – Crónica de uma Mulher….
O autor de Jezebela por sinal não é “magro” nem tem nora…
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Excerto de Citação : Missa Pagã
Por Fernando Manuel - O meu sogro é jornalista
…”o que me fascina naquela casa é a figura do meu sogro: magro, de pele extremamente clara (será anémico, pergunto, sempre que o vejo, mas pergunto em silêncio a mim própria) nada mais que 1,65 metro de altura nos seus 53 anos de idade, lábios frementes, o rosto feito um pergaminho de chocolate museu de rugas de perenes perguntas sobre a vida, de tronco nu, calções e descalço, na cozinha, de dia ou de noite, afogado no meio de livros e revistas e jornais, com os óculos de lentes mais grossas que o fundo de um garrafão de 20 litros de capacidade – já cá não se fazem – a ler, ler, ler,”… fim de citação…
A descrição física não é a de um homem de 53 anos…mas de um ancião perto dos 80 anos…Trata-se no fundo de uma provocação sem mesmo servir a carapuça não se podia deixar impune sem denúncia…este insulto camuflado à memória do Poeta José. E num estilo vexatório para qualquer pessoa mais velha. Quando o Fernando Manuel chegar à idade proveta a ver se gostará de ser achincalhado pela idade mesmo agora com velhice precoce…em África antigamente um ancião era respeitado por ser um conselheiro …la Va ku Tsinya…pois a idade era sinónimo de sabedoria e havia que respeitar aos mais velhos… mas hoje caminhamos cada vez mais para sermos imitadores baratos do lixo dos outros…em nome da dita globalização da ordinarice…
Regressando ao tema (excerto):
…“O que me deseja é impossível, pai. Eu sei. Um poeta nunca é uma pessoa feliz.”
…outra malícia disfarçada…em alusão ao Poeta José…
O nome da personagem:
1. Quase todos os nomes modernos provem de nomes da Bíblia Hebraica do Antigo Testamento dos Cristãos e dos Muçulmanos…como por exemplo Manuel, José, João, Maria, Paulo, Zacarias etc., e por suposto Jezebel que o autor João C. adaptou do hebraico (nome comum) e não da Bíblia…somente pela sonoridade do nome…Jeze + bela… no entanto não existe nenhuma Jezy em lado nenhum. É um produto da criatividade de JC no Romance…
2. Em literatura pode haver coincidências mas nunca neste caso…pois a prova é a forma como é escrito o nome de Jezebela – Jezy, no diminutivo que é uma invenção do autor João Craveirinha …não existe em nenhum lado nem em nenhuma Bíblia. A personagem (como escreveu Fernando Manuel) – “Jezzebell / “Jezze”,/ “Jezz”, é um plágio barato depreciativo…num texto sem estrutura literária em que se misturam alhos com bugalhos sem base de cultura geral sustentável…exempli gratia: - “porcaria dos filmes de Jean Claude Van Damme.” Com …”Está a ler o quê mesmo, pai? Ah: Viver Para Contá-la. Gabriel Garcia Marquez. Hum, hum…” Pobre Garcia Marquez misturado fora de contexto…
3. Outra citação retirada do texto:
...“Uma versão mais apurada de jornalista.”
“E isso vem a ser o quê, Jezzebell?”
“Poetisa, pai!” ...
Valham-nos as Musas do Parnaso...desde quando que uma versão apurada de jornalista dá Poeta (isa)...mesmo em ficção?
É que antes de ser jornalista 1º tem de se ser repórter mas em Moçambique todo o mundo já é jornalista...cronista etc e tal…
Em tudo na vida há hierarquia e níveis de valor...e de muito traquejo, experiência, perícia, como dizem os comentadores dos Futebóis…mesmo entre os que escrevem há hierarquia e deveria haver respeito mútuo mesmo assim…temos os mesmos direitos cívicos, sociais e humanos aí somos iguais (ou devíamos ser)...as capacidades essas nunca são iguais numa "tabula rasa" (tábua rasa horizontal) nem na aplicação da Justiça...e em Moçambique ainda há os resquícios do slogan da igualdade que nunca existiu nem na China na era de Mao Tse Tung … apesar da propaganda e Moçambique igual... é como no Animal Farm de George Orwell – “uns animais são mais iguais que outros”…apesar de se pensar que todos os animais eram iguais…com a Revolução dos porcos...mas não era bem assim…no Animal Farm...
4. Na interpretação de um texto baseamo-nos sempre na busca comparativa de silogismos, metáforas, simbolismos e outras formas de analogias…mas temos de ter sempre uma percepção de qual a intenção do autor com esse texto…a mensagem… Fundamentalmente é básico como ao lermos uma simples mensagem ou bilhete…há sempre um alvo a atingir…uma dica…
5. A regra de análise é a mesma em qualquer forma de interpretação textual discursiva – a síntese do main lead dos 5 W’s + 1…até no interrogatório policial moderno é a mesma regra ou na recolha de informações resumidas seja para o que for ou em jornalismo ou apontamentos para consultar mais tarde: - Paradigma: -
1. What? (O quê?) = Texto Missa Pagã – O meu sogro é jornalista
2. Why? (Porquê?) = Atingir Poeta José Craveirinha via João C.
3. Who? (Quem?) = Por Fernando Manuel
4. Where? (Aonde?) = Em Moçambique
5. When? (Quando?) = semanário SAVANA, Maputo 24.03.06
+ 1 How? (Como ?) = Divulgação
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Síntese final:
Fernando Manuel do jornal Savana em Maputo, plagiou intencionalmente a personagem do Romance “Jezebela (Jezy) – o Charme Indiscreto dos Quarenta – Crónica de uma Mulher” (ver anexo crítico). Plágio de personagem e pior deturpando a temática mais séria do romance histórico (de João Craveirinha) e biográfico (inédito) … Este romance foi classificado no Brasil em 2006, como o Romance da Lusofonia … e não está à venda em Moçambique por enquanto (infelizmente) …Está à venda na Alemanha, Suécia, Brasil e Portugal.………………………………………………………………………………
E o assunto encerra por aqui…nesta magnífica Escola e Laboratório Moçambicano de Sociologia Política e de Usos e Costumes que é o Moçambique On Line*…
* Forum de Moçambicanos na internet
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