Operação droga nas “colômbias”
O Comando da PRM, a nível da Cidade de Maputo, arrancou com mais uma operação policial, com vista ao desmantelamento dos dois importantes centros de consumo e tráfico de drogas, vulgarmente conhecidos por “Colômbias” 1 e 2.
Na mesma operação, os agentes da PRM vão verificar a presença legal de cidadãos estrangeiros nos hotéis moçambicanos e outros estabelecimentos de hospedagem. De acordo com fontes policiais, a operação arrancou há dias e visa eliminar bandos do crime organizado e o respectivo desmantelamento do narcotráfico de drogas fortes e leves naqueles centros já conhecidos pela Polícia.
“Já houve detenções de cidadãos nacionais e de estrangeiros. Neste momento não posso precisar do número, mas na semana passada foi detido um indiano e outros cidadãos de nacionalidades asiática e moçambicana”.
“Foram abertos processos contra tais cidadãos e sendo adultos serão penalizados de acordo com a Lei em vigor no País”, disse um oficial da Polícia.
Numa breve conversa sobre a operação com José Mandra, vice-ministro do Interior, soubemos que a operação policial continuará, até que os criminosos reduzam o nível de tráfico e consumo de droga. “É uma operação justa e bem programada. As duas Colômbias são uma grande preocupação para a Polícia como também para a sociedade civil”, frisou o vice-ministro.
“No caso concreto do bairro militar, as casas serão demolidas e erguidas novas construções, já que são do património do Estado. Os seus moradores todos são criminosos e nem todos são antigos combatentes. Talvez porque o bairro militar deixou de ter interesse histórico devido à má fama de droga”, disse.
“Neste momento a Polícia continua a fazer o seu trabalho e anda à paisana para não alertar os supostos criminosos. Está a proceder vasculha e desmantelamento total dessas grandes redes de traficantes”, disse Mandra.
No entanto, as fontes policiais disseram-nos que a Lei 3/97 de 13 de Março estabelece que o tráfico e consumo de drogas estão previstos no artigo 33 a sua punição. “O agente que conseguir plantas ou substâncias preparadas destinadas ao seu uso pessoal incorre a uma pena de prisão de um a dois anos, e uma multa até 10 milhões de meticais”.
O ZAMBEZE ouviu algumas pessoas cuja maioria negou comentar sobre a matéria, mas as que aceitaram não deram cara. Aliás, as mesmas são contrárias ao procedimento policial que opta por detenções consideradas arbitrárias.
Dizem que a Polícia não deveria optar por deter os supostos traficantes, mas investigar minuciosamente para o apuramento dos factos.
“Na verdade, dentro do bairro militar há consumidores de drogas, mas não são fornecedores, facto que a atitude da Polícia tem sido irregular, quando acha que o cidadão está envolvido é aquele que consome droga”, disse um dos moradores.
Neste momento, o Ministro da Defesa Nacional trabalha no sentido de transformar a zona militar num bairro calmo e habitado por pessoas de famílias honestas. “Serão demolidas todas as casas ali existentes para dar espaço as novas construções. Estamos preocupados e temos que acabar com traficantes e consumidores de drogas que perigam a vida dos honestos”.
Rui de Carvalho - ZAMBEZE - 20.04.2006