O presidente da Alemanha, Horst Kohler, elogiou na segunda-feira em Maputo as reformas em curso em Moçambique, mas instou o governo a combater a corrupção e a burocracia para atrair mais investimentos.
Kohler pronunciou-se sobre os obstáculos aos investimentos em Moçambique, quando falava à imprensa, momentos após conversações oficiais com o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, no primeiro dos quatro dias da visita que realiza ao país.
O chefe de Estado alemão sublinhou que Moçambique registou "grandes avanços" desde a obtenção em 1992 do acordo que pôs termo a 16 anos de guerra civil, e apontou a formação técnico-profissional como outro dos desafios que se colocam ao país.
Nesta perspectiva, Horst Kohler expressou o desejo da Alemanha de ajudar Moçambique a capacitar a sua força de trabalho, através de iniciativas de formação técnico-profissional.
Apesar de a Alemanha e Moçambique manterem um relacionamento satisfatório a nível político e diplomático, os investimentos privados e os intercâmbios comerciais bilaterais são inexpressivos.
Kohler abordou também a situação no Zimbabué, criticando a controversa reforma agrária levada a cabo pelo governo do presidente Robert Mugabe e a evacuação forçada de bairros pobres nos subúrbios de Harare, onde viviam famílias sem abrigo.
"Não há justificação para o que se passa no Zimbabué", frisou o chefe de Estado alemão.
Hoje, Kohler manteve um encontro privado com o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que se encontra em Maputo, e recebeu a chave da cidade capital, em reconhecimento do contributo do seu país para projectos sociais em curso no município.
A deslocação de Horst Kohler, que é acompanhado por uma missão empresarial alemã, inclui ainda visitas a diversos empreendimentos sociais financiados por aquele país da União Europeia, que no ano passado aumentou para 35 milhões de euros anuais o seu apoio a Moçambique, até 2007.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 04.04.2006