O sector informal no país emprega mais de 87 por cento dos cerca de 14.401.500 indivíduos com idade superiore a sete anos.
Este sector, segundo dados preliminares do Inquérito ao Sector Informal, movimenta um volume de negócios na ordem de dois mil milhões de meticais por ano.
O inquérito, levado a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Julho a Setembro do ano passado, compreendeu entrevistas a 6478 agregados familiares dos 6900 seleccionados como amostra.
De acordo com informações que nos foram facultadas por Azarias Nhanzimo, director de Estatísticas Sectoriais e de Empresas no INE, se se considerar os que exercem a actividade sem que a mesma esteja registada em nenhuma instituição requerida, a percentagem dos informais sobe para 90.50 por cento.
O sector da agricultura é que absorve a maioria dos indivíduos identificados como estando no sector informal, com um total de 92 por cento de indivíduos.
O inquérito ao sector informal (INFOR) faz parte de um conjunto de actividades levadas a cabo no âmbito de um financiamento disponibilizado pela Cooperação Italiana. A assistência técnica ao processo foi garantida pelo Centro Internacional de Cooperação Estatística, que liderou um consórcio composto pelos Institutos Nacionais de Estatística de Portugal, da Espanha e da Itália, este último na qualidade de coordenador técnico.
No financiamento estavam incluídos ainda o desenvolvimento das estatísticas do trabalho, o apoio e capacitação das direcções do censo às instituições sem fins lucrativos.
Os referidos projectos, avaliados esta semana em Maputo, tiveram a duração de dois anos (terminaram a 1 de Março) prazo que vai ser prorrogado por mais seis meses para concluir algumas actividades ainda pendentes.
A nível das províncias, segundo indicou Azarias Nhazimo, foram treinados técnicos na recolha, tratamento e divulgação de estatísticas para a planificação local.
No que toca ao sector informal, segundo o interlocutor, é a primeira vez na história do país que está disponível informação sistematizada, facto que vai permitir melhor capacitar as instituições para dar uma melhor resposta para os problemas que se colocam. O exercíco neste momento é no sentido de incorporar o sector nas contas nacionais, permitindo ajuizar qual a real contribuição deste sector para os indicadores como o PIB.
NOTÍCIAS - 28.04.2006