(Maputo) O empreendedor de Macau, Stanley Ho, vai abrir em Angola um banco dedicado à população, empresários e companhias chinesas a operar naquele país, foi noticiado na Europa.
O magnata de Macau e durante muitos anos monopolista dos casinos naquele ex-enclave português na China integra a comitiva de empresários que acompanha o primeiro-ministro luso José Sócrates na visita a Angola, que inicia amanhã e deverá terminar a 7 de Abril.
Stanley Ho prepara-se para abrir em Luanda o «Banco Angolano de Negócios e Comércio» (BANC). O projecto tem como accionista maioritário a «Geocapital», de Stanley Ho, e visa servir de porta de entrada em Angola a grupos chineses.
O considerado ponta-de-lança de interesses da República Popular da China tem importantes empreendimentos em Portugal e encontra-se a estruturar uma outra iniciativa bancária em Moçambique através do Presidente do partido socialista português Almeida Santos, seu advogado, e do economista Pracash Ratilal, ex-governador do Banco de Moçambique.
Cahora Bassa (HCB) tem estado também na mira de Stanley Ho. Se a sua participação na HCB se vier a concretizar conforme tem vindo a ser veiculado por imprensa interessada pelo «dossier» da gigantesca hidroeléctrica do Zambeze, confirmar-se-ão as suspeitas de que o projecto político do presidente da República Armando Guebuza não é propriamente encerrar o processo de «descolonização» com a passagem da posição maioritária de Portugal na HCB para Moçambique, ou a sê-lo de facto ficará gorado pois a moçambicanização do empreendimento acabará por não ter passado de um sonho.
Depois de ter prometido ao país a moçambicanização da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, se tiver que abrir mão disso Armando Guebuza ficará com as suas credenciais de líder de certa forma manchadas, e da fama de quem promete mas não cumpre provavelmente apenas conseguirá livrar se acabar fazendo depurações no seu elenco como forma de se ilibar do fiasco para que os seus assessores o terão empurrado mesmo sabendo da incapacidade do País suportar um encargo de 950 milhões de USD ou pelo menos de 700 milhões a considerar-se que os restantes 250 milhões/usd está previsto que seja a própria HCB a liquidar ao Tesouro de Portugal.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 03.04.2006