O impacto da China e da Índia nas economias africanas deverá dominar o Fórum Económico Mundial sobre África, que se inicia quarta-feira na cidade do Cabo e onde participa o Presidente moçambicano, Armando Guebuza.
Além de Guebuza, participam no evento os Presidentes sul- africano, Tabo Mbeki, e tanzaniano, Jakaya Kikwete.
"Vamos discutir a escala, dimensões e as possibilidade do investimento chinês no continente africano", afirmou o director do Fórum Económico Mundial para África, Haiko Alfeld, indicando que também o impacto do desenvolvimento da Índia em África será tema dominante da agenda da reunião.
Segundo este responsável, trata-se de duas - China e Índia - das economias emergentes com o mais rápido crescimento no mundo.
O encontro, com duração prevista de três dias, vai igualmente debater as perspectivas de um forte crescimento económico de África nas próximas três décadas.
Haiko Alfeld realçou a oportunidade do Fórum, uma vez que acontece numa altura em que o continente conhece o seu terceiro ano de crescimento económico consecutivo.
"O cenário em que se realiza o Fórum deste ano não podia ser melhor, tendo em conta que África regista em três anos um crescimento superior a cinco por cento", sublinhou Haiko Alfeld. Por outro lado, as previsões apontam para que a economia da África subsahariana evolua nos próximos anos a um ritmo de 5,8 por cento, o nível mais alto dos últimos 30 anos, acentuou Alfeld, citando avaliações do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Essas previsões em alta da economia africana são sustentadas pelos ganhos que serão arrecadados pelos países produtores de petróleo, nomeadamente os aumentos na produção do crude em Angola e a retoma da economia da RDCongo e da Mauritânia, após um período de instabilidade político-militar.
Para além dos aspectos positivos, o Fórum Económico Mundial sobre África deverá igualmente focar questões de maior controvérsia, como o impacto da governação, o respeito pelos direitos humanos e o mercado de trabalho, enfatizou o director para África daquele organismo.
Haiko Alfeld admitiu o esfriamento do entusiasmo que havia em relação à Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), visto como a resposta para os problemas de África, nas anteriores sessões do Fórum.
"Apesar da relevância atribuída à NEPAD nos anteriores encontros do Fórum, esta parece ter desaparecido do interesse público. Claramente, há uma sensação de desapontamento em relação à falta de progressos da NEPAD", reconheceu.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 29.05.206