Os africanos, que hoje celebram o seu dia, com diversas manifestações político-culturais, em todo o continente, preferem a democracia a qualquer outro regime e opõem-se a alterações constitucionais para que presidentes prorroguem os mandatos.
Indica um inquérito do Afrobarómetro, um organismo independente de investigação. Os resultados do inquérito, que decorreu entre 1999 e 2006, em 18 países, incluindo Moçambique, foram ontem divulgados simultaneamente no Gana e na África do Sul, no âmbito das comemorações do Dia de África, que hoje se assinada.
`Mais de 90 por cento dos africanos rejeitam a autocracia em geral, e a perpétua dependência em particular´, concluiu o estudo do Afrobarómetro, realizado em parceria com o Instituto para a Democracia do Gana (CDD-Gana), e a Universidade do Estado do Michigan, nos Estados Unidos.
Nos últimos oito anos, registaram-se nos 18 países analisados quatro tentativas de alterações constitucionais para permitir a prorrogação de mandatos presidenciais, mas apenas na Namíbia tiveram sucesso.
Na Zâmbia (2001), Malawi (2002) e Nigéria (2005) as tentativas fracassaram e, segundo o estudo, a opinião pública desses países mantém uma rejeição `extremamente elevada da autocracia´.
As expectativas dos africanos face à democracia também têm vindo a diminuir e apenas 45 por cento estão contentes `com os resultados e o caminho da democracia nos seus países´, de acordo com as conclusões do inquérito. `Um dos resltados cruciais do estudo é o facto de os africanos considerarem que a democracia é real, vale a pena, apesar da sua complexidade´, conclui o Afrobarómetro.
Entre os 18 países que estiveram na mira do Afrobarómetro, constam o Senegal, Gana, Nigéria e Mali, na África ocidental; Quénia e Tanzania, na África Oriental; e África do Sul, Botswana, Malawi, Moçambique, Namíbia e Zimbabwe, na África Austral.
NOTÍCIAS - 25.05.2006