O LÍDER do bloco da "oposição construtiva", Yá-qub Sibindy, reconhece os resultados do estudo publicados, semana passada, pela Afrobarometer, segundo os quais a sociedade moçambicana tem um nível muito baixo de conhecimento do trabalho desenvolvido pelos partidos políticos da oposição.
Segundo Sibindy, no ano em que foi feito o estudo, em 2005, a situação em relação ao desempenho dos partidos políticos se apresentava tal como indica o estudo, porque muitos partidos pouco mantêm contacto com o seu eleitorado, esperando o momento das campanhas eleitorais. "Temos a máxima certeza de que, se a Afrobarometer realizar hoje o mesmo estudo, os resultados em relação ao desempenho da oposição seriam diferentes, porque estamos a trabalhar", disse Sibindy. Este político disse que hoje, com o surgimento do bloco da "oposição construtiva", se tem verificado um novo cenário, onde a oposição, através deste movimento, tem marcado presença na vida política do país, indicando a criação do parlamento-sombra.
"Este parlamento não só acompanha os trabalhos dos deputados na Assembleia da República, assim como procura ajudar os cidadãos a resolver os seus problemas do dia-a-dia, encaminhado-os às instituições apropriadas para sua resolução", disse. Entretanto, a Afrobarometer indica no seu estudo que as pessoas têm um nível de confiança muito baixo em relação aos partidos políticos da oposição, situação que compromete o processo democrático moçambicano, porque para que haja alternativa é necessário que a sociedade confie nos partidos políticos existentes no país.
O mesmo estudo adianta que a opinião mostrou ainda que apenas 56 porcento dos entrevistados em 2005 consideraram que preferiam a democracia, um nível muito baixo se comparado aos outros países onde a Afrobarometer realizou estudos, o que se explica pela fraca qualidade da democracia moçambicana, manchada pelos altos níveis de corrupção. Alia-se à fraca qualidade da democracia, o facto de os níveis de prestação de contas na Assembleia da República pelo Governo serem muito baixas, assim como a participação e a competição política.
NOTÍCIAS - 24.05.2006