Num total de 230 mil pessoas que se encontram a viver com o vírus do HIV/SIDA no país e que em 2001 foram identificadas como precisando do tramento anti-retroviral com urgência, apenas 17 mil têm acesso a este tratamento e a outros cuidados que lhes ajudam a combater as doenças oportunistas.
Dados revelados ontem, numa conferência de Imprensa, realizada em Maputo para anunciar a realização da Semana Global de Acesso Universal ao Tratamento Anti-retroviral, referem que esta situação vem contrariar o compromisso assumido em 2001 pelos chefes do Estado e de Governo e organizações internacionais, na sede das Nações Unidas, de se envidar esforços no sentido de, até 2010, estender-se o tratamento anti-retroviral e outros cuidados suplementares a todas as pessoas necessitadas.
Entretanto, tal como outros países, Moçambique está aquém de atingir as metas preconizadas, não obstante ter dado passos significativos nesta matéria, segundo disse Gaspar Sitefane, oficial de Advocacia e Lobby da Rede Moçambicana de Organizações Contra SIDA (MONASO).
Com efeito, a semana global de acesso aos anti-retrovirais que arranca amanhã em todo o mundo e se estenderá até ao próximo dia 26 do mês em curso vai avaliar o desempenho dos governos e traçar estratégias futuras de modo a que a rede de tratamento, incluindo a suplementação nutricional e os cuidados domiciliários, seja mais extensiva.
`O compromisso era de que as pessoas deviam ter acesso não só aos anti-retrovirais, como também a todo o pacote de tratamento que está relacionado com esta doença e que permitisse fazer face às doenças oportunistas´, disse a fonte.
A uma pergunta sobre as razões que travam o processo de distribuição dos medicamentos, Gaspar Sitefane explicou que o grande problema é a falta da capacidade do Governo de descentralizar os serviços de SIDA.
Entretanto, dados oficiais indicam que em Moçambique existe um milhão e seiscentas pessoas vivendo com o vírus de HIV/SIDA.
NOTÍCIAS - 19.05.206