Brasília, 26 Mai (Lusa) - Os ministros do Ambiente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) resolveram hoje, em Brasília, adoptar uma plataforma de cooperação para desenvolver projectos na área ambiental que visem ao desenvolvimento sustentável.
As áreas prioritárias para a cooperação estabelecidas na plataforma são a biodiversidade, o combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca, ecoturismo, educação ambiental, gestão ambiental marinha e costeira, gestão de resíduos, gestão integrada de recursos hídricos, mudança do clima e energias renováveis.
No documento final da III Reunião de Ministros do Meio Ambiente da CPLP, intitulado "Declaração de Brasília", os oito Estados- membros da comunidade comprometeram-se a buscar recursos financeiros, técnicos e institucionais para a efectiva concretização dessa plataforma.
A coordenação da plataforma, a cada dois anos, ficará sob a responsabilidade do Estado-membro anfitrião do próximo encontro dos ministros do Meio Ambiente da CPLP, com o apoio do país que sedeou a reunião anterior e em articulação com o Secretariado da comunidade.
O coordenador do próximo biénio será Angola, que vai acolher a reunião ministerial de 2008.
Foi aprovada também uma indicação para que Cabo Verde seja a sede da reunião de 2010.
Participaram no encontro em Brasília os ministros de Angola, Diekumpuna Sita José, do Brasil, Marina da Silva, da Guiné-Bissau, Aristides Ocante da Silva, de Portugal, Francisco Nunes Correia, e de Timor-Leste, Estanislau Aleixo da Silva, além de representantes de Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
O Secretariado Executivo da CPLP foi representado pela assessora para Assuntos Económicos, Ana Maria Neto.
"A decisão política de desenvolver a cooperação ambiental no âmbito da CPLP fortalece e consolida a comunidade como um actor importante no âmbito internacional", assinalou a ministra brasileira do Meio Ambiente.
Marina Silva afirmou ainda que "propor alternativas de desenvolvimento que sejam economicamente viáveis, socialmente injustas e ambientalmente correctas é um grande desafio".
Segundo o Ministério do Meio Ambiente do Brasil, entre as principais dificuldades apresentadas pela maioria dos países da CPLP estão os altos índices de pobreza, que dificultam a circulação da informação e a carência de quadros técnicos para desenvolver programas na área ambiental.
Durante o encontro, o ministro do Urbanismo e Ambiente de Angola, Diekumpuna Sita José, anunciou a adesão de seu país ao Protocolo de Quioto, que deverá ser ratificada ainda este ano pela Assembleia Nacional.
CMC