Pelo menos quatro pessoas são dadas como mortas após terem sido “capturadas” por crocodilos no Rio Umbeluzi, disse sexta-feira ao «Canal de Moçambique» a Secretária Permanente do Governo Distrital de Namaacha, Maria Mutemba.
Segundo ela, “a captura daqueles cidadãos ocorreu em momentos diferentes, no entanto, todas elas foram surpreendidas pelos crocodilos durante o período em que estavam a tirar água no rio para o consumo doméstico”.
“O primeiro caso ocorreu em Fevereiro e o segundo em Março”, disse.
A fonte afirmou ainda que “apesar de não ter-se notificado nenhuma captura ou ataque de pessoas por crocodilo durante o mês de Abril, ocorreram ao longo deste mês de Maio dois casos, totalizando quatro em menos de três meses”.
De acordo com aquele membro do governo de Namaacha, “o Rio Umbeluzi ultimamente é muito povoado por crocodilos que por vezes têm se deslocado poucos metros fora do rio à procura de raios solares e de alimentação”.
Mas qual é o problema que leva a população a ir ao rio, mesmo sabendo que lá existem crocodilos, questionou o «Canal». “Temos problemas da falta de água. O número das fontes existentes não cobre a demanda, razão pela qual muita gente tem recorrido aos rios, correndo, consequentemente, o risco de morte por crocodilos”.
“Corre-se ainda outro risco que é contrair doenças várias porque a água do rio não está tratada”.
“No distrito de Namaacha”, conta Maria Mutemba, “há apenas seis fontanários e igual número de poços de água, para um total de 41.277 habitantes do distrito”.
Ela destacou que a água do rio Umbeluze é usada pelas comunidades para rega consumo doméstico e para o gado beber.
“Na tentativa de se evitar ataques por crocodilos no rio o governo distrital”, diz Mutemba, “tem estado a trabalhar com os líderes na sensibilização das comunidades no sentido destas irem ao rio em conjunto, uma vez que os crocodilos não se atrevem a atacar as pessoas em grupo”.
“Os crocodilos actuam em ambientes isolados. Nunca atacam pessoas em conjunto e nós temos estado a sensibilizar as pessoas a irem buscar água em grupo”.
O distrito de Namaacha possui dois postos administrativos: Changalane e Namaacha-sede. A economia baseia-se na agricultura e pecuária, embora também tenha turismo e comércio, particularmente fronteiriço pois faz fronteira com o Reino da Swazilandia.
Miguel Munguambe - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 31.05.2006