“Uma confraternização em território brasileiro que estreita os laços entre as nações”, na avaliação do Embaixador de Angola, Alberto Correia Neto, anfitrião das comemorações do Dia da África este ano
Brasília - O resultado de 5 a 4 que entregou ao Brasil a taça de vencedor do “Futebol Diplomático”, na manhã de sábado (20), entre o time de representantes dos países africanos e o time de servidores do Palácio do Itamaraty, significa mais que um jogo, “uma confraternização em território brasileiro que estreita os laços entre as nações”, na avaliação do Embaixador de Angola, Alberto Correia Neto, anfitrião das comemorações do Dia da África este ano.
O “Futebol Diplomático” realizado na Associação dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (ASMRE), em Brasília, abriu a semana de programação que marcará o Dia da África neste 25 de maio. O Brasil tem 21 países africanos com representação diplomática.
Desde 1963, a data é lembrada pelos 54 países do Continente Africano. Marca o combate ao colonialismo e a luta pela independência e emancipação, bem como a fundação da Organização da Unidade Africana (OUA). Essa entidade foi extinta e substituída pela União Africana (UA) que tem como principal proposta a independência econômica dos países de todo o Continente. “É o dia de refletirmos sobre os efeitos do colonialismo e da independência nos países. É importante o papel do Brasil nesse cenário, pois é membro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e foi o primeiro país para onde saímos como escravos”, sublinha Correia Neto.
Desafio - O fato é ressaltado pelo embaixador de Moçambique, Isaac Murargy, ao lembrar o evento como uma constatação de que os países não estão alheios aos problemas do Continente e a luta atual para reduzir a pobreza na África. “Hoje, em Moçambique, mais de 50% da população vive em pobreza absoluta, é o nosso desafio reverter o quadro e atingir as Metas do Milênio estipuladas pela ONU”, diz o diplomata ao enumerar a preocupação com questões elementares como educação, saúde e alimentação.
Murargy diz que há muito a desenvolver com o Brasil. Ele exemplifica com os avanços que o Brasil já obteve na exploração do caju e da cana-de-açucar. “Nós aproveitamos somente a castanha. Aqui, é feito muita coisa com o caju, precisamos de formação e recursos humanos qualificados”, diz.
Jovens - Para o embaixador de Cabo Verde, Luís Dupret, o jogo é uma iniciativa ótima para comemorarmos um dia importante para a África e, especialmente, contarmos com a presença de membros do Itamaraty e dos jovens africanos que vivem em Brasília sensibilizados pelo significado desta data.
O Secretário do Departamento da África no Ministério das Relações Exteriores, Daniel Leitão, também entende que a integração dos laços entre as nações, através de um evento informal como uma partida de futebol, é apropriada.
Copa - Às vésperas de mais uma Copa do Mundo, entre os africanos, a comunidade angolana é uma das mais vibrantes com os jogos. Pela primeira vez em sua história, participará do Campeonato Mundial. “Estivemos mais de 41 anos em guerra e agora, com apenas quatro anos de paz estaremos entre os 32 países dos jogos, é uma satisfação enorme. A saída do time para a Alemanha esta semana foi uma festa nacional em Angola”, conta o Embaixador.
Agenda - O Dia da África será comemorado durante toda a semana, com uma programação cultural que prevê encontro oficial na quinta-feira (25), na residência do embaixador de Angola, com exposição do acervo de peças de artesanato dos países africanos, desfile de trajes típicos e buffet de pratos regionais para convidados. No sábado (27), haverá uma maratona de 10 quilômetros no Parque da Cidade, aberto ao público com premiação de troféu e medalhas aos participantes.
Divulgação CCA/ATF - 20.05.2006