Centenas de jovens atacaram esta manhã instalações oficiais em Gleno, no distrito de Ermera, Timor-Leste, e mantêm cercados um governante e vários agentes da polícia. A crise de insegurança que se vive no pais já provocou a demissão do ministro do Desenvolvimento.
Dos incidentes desta manhã, protagonizados por pelo menos duas centenas de jovens, resultaram estragos materiais em edifícios oficiais e em pelo menos uma viatura da Polícia Nacional de Timor-Leste. Cercados pelos jovens estão o secretário de Estado para a Coordenação da Região III (Díli, Ermera e Aileu), Egídio de Jesus, e dois ou três polícias, precisou uma fonte do gabinete do primeiro-ministro contactada pela Lusa. Reforços policiais e representantes do governo deslocaram-se a Gleno para negociar a saída do governante e dos polícias do interior do edifício.
A crise em Timor-Leste já provocou uma baixa no Governo, com a demissão de Abel Ximenes, alegando falta de condiç ões para continuar no Executivo. «Não tenho condições para continuar no governo, a promover investimentos em Timor-Leste, quando o país atravessa a situação que está a atravessar», justificou à Lusa, acrescentando que «só um investidor maluco investiria agora dinheiro em Timor-Leste».
A situação de excepção que se vive em Díli teve início no passado dia 28, quando uma manifestação convocada por centenas de militares contestatários degenerou em violência, que se estendeu a partir do Palácio do Governo a bairros dos subúrbios ocidentais da cidade, provocando oficialmente cinco mortos e mais de 80 feridos. Desde então, mais de 70% dos residentes na capital timorense abandonaram a cidade nos últimos dias, de acordo com dados das Nações Unidas.
VISAOONLINE 8 Mai. 2006