Autoridades gazetam
Na homenagem ao falecido poeta José Craveirinha, que decorreu a semana passada em Maputo, um facto não passou despercebido: a ausência das autoridades governamentais. Nos três momentos da homenagem ao considerado poeta-mor da literatura moçambicana que se fosse vivo completaria no passado dia 28 do mês em curso 84 anos, nenhum membro do governo ou seu representante marcou presença.
As cerimónias da referida homenagem começaram na passada Sexta-feira com um sarau de poesia onde foram declamados poemas inéditos de Craveirinha no «Centro Cultural Português» do «Instituto Camões».
No Domingo o programa prosseguiu com uma cerimónia de deposição de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos onde jazem, engavetados, os restos mortais do «poeta dos vaticínios infalíveis». No mesmo dia decorreu na casa do poeta, na mítica Mafalala, um convívio que teve como ponto forte a leitura de poemas inéditos do autor.
A ausência das autoridades governamentais das cerimónias não deixa de causar estranheza quando se sabe que a José Creveirinha foi atribuído estatuto de “Herói Nacional” e foi o primeiro civil a ter os seus restos mortais depositados no Panteão na «Praça dos Heróis».
Em vida José Craveirinha foi o primeiro autor africano a receber o “Prémio Camões”, o maior galardão de literatura dos países de expressão portuguesa.
Ao que parece, o tratamento que o governo dá aos “ Heróis Nacionais” mostra resquícios do espírito do “deixa-andar”.
Celso Manguana - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 31.05.2006
NOTA:
O "mal" do "herói" José Craveirinha parece ser o de nunca ter estado na Tanzânia e não ter feito parte do grupo dos "compadres". Aliás, até na imprensa moçambicana a data parece ter passado despercebida.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/aniversrio_nasc.html