O escritor angolano Luandino Vieira tornou-se hoje o segundo autor a recusar um importante galardão atribuído em Portugal nos últimos doze anos ao declinar o Prémio Camões, no valor de 100 mil euros.
Em 1994, o poeta Herberto Hélder recusou o Prémio Pessoa, então no valor de 7 mil contos.
O Prémio Camões, o maior galardão literário da língua portuguesa, não tentou Luandino Vieira que, segundo o escultor José Rodrigues, seu grande amigo, vive "completamente despojado dos bens materiais" no Alto Minho.
Luandino Vieira já tinha ficado com um prémio por receber, mas em circunstâncias muito distintas - foi em Maio de 1965, quando foi distinguido pela Sociedade Portuguesa de Escritores (SPE) com o Grande Prémio de Novela pelo livro " Luuanda".
À data, o escritor estava preso no Tarrafal por motivos políticos e a sua escolha pelos membros da SPE (actual Associação Portuguesa de Escritores) levou ao encerramento da sede da Sociedade.
Luandino Vieira alegou "razões pessoais" e "íntimas" para recusar hoje o Prémio Camões.
24.05.2006