A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP ) quer criar até final do ano um observatório de fluxos migratórios para analisar a movimentação de pessoas neste espaço, anunciou hoje o director-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
"Está em fase de instalação o Observatório dos Fluxos Migratórios, que vai permitir que exista uma troca de informação para verificar quais são as movimen tação de pessoas entre os vários países da CPLP", disse Jarmela Palos.
O director-geral do SEF falava no final do I Seminário Luso-Brasileiro sob re Tráfico de Pessoas e Imigração Ilegal/Irregular, que decorreu desde segunda-feira em Cascais.
De acordo com o responsável, "ao contrário do que muitas vezes se pensa, estão a ir, de certeza absoluta, mais pessoas de Portugal para Moçambique do que de Moçambique para Portugal".
"São estes movimentos que temos de ter presentes no sentido de agilizar a situação das pessoas no âmbito do espaço da CPLP", acrescentou.
Jarmela Palos disse ainda que o regulamento do Observatório será hoje aprovado pelos directores da imigração da CPLP, que estão reunidos em Lisboa, estando previsto que esteja "em pleno funcionamento até ao final do ano".
Questionado sobre outras iniciativas que serão tomadas a nível da CPLP no combate ao tráfico de seres humanos e da imigração ilegal, o responsável indicou que estão a estudar um "sistema de alerta rápido" para detectar eventuais casos de tráfico marítimo.
"Esse sistema permite-nos saber se existem embarcações suspeitas de tráfico de pessoas e que se dediquem habitualmente deste tipo de ilícito", disse.
Irão ainda ser divulgadas campanhas de informação sobre vários acordos est abelecidos entre os países da CPLP, nomeadamente sobre os requisitos exigidos para a concessão de vistos de curta duração, os balcões específicos para a CPLP em aeroportos internacionais e sobre doentes que precisem de tratamento em outro país da CPLP.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 25.05.2006