Crítica situação de fecalísmo a céu aberto
A zona pesqueira da Praia Nova, na cidade da Beira, está mergulhada na situação crítica de fecalísmo a céu aberto que coloca o meio ambiente sem condições saudáveis para os seres humanos. O local possui uma área de aproximadamente 70 hectares, 3.118 casas residencias erguidas, 610 acampamentos pesqueiros, 922 bancas que vendem desde refeições às bebidas alcoólicas.
Dados não oficiais indicam que por dia mais de dez mil pessoas afluem à zona da Praia Nova para entre vários fins, comprarem variada espécie de produtos marinhos e passarem as refeições, beber uma cerveja e mais.
Na Praia Nova quase não existe sanitário para atender elevado número de pessoas que afluem àquele espaço, cuja grossa parte permanece maior tempo na zona.
Sempre que as pessoas se vêm aflitas no que toca a necessidades maiores e menor recorrem a qualquer
lugar, sendo o areal da praia e o mangal considerados sítios mais ideais, facto que deixa o meio praticamente repleto de excrementos humanos.
O secretario do bairro da Praia Nova, Alberto Machava, referiu à nossa Reportagem que nos últimos tempos têm-se reportado com frequência naquela zona casos de cólera e de “matequenha”, o que se presume que esteja associado ao problema do saneamento do meio ambiente. “As praias e o mangal estão totalmente afectados pelo excremento humano, o que significa que passear por ali constitui atentado à saúde pública.”
Malilo Samudje residente naquela zona, disse à nossa Reportagem que para além dos residentes da Praia Nova grossa parte das pessoas que vivem nos prédios do centro da cidade da Beira, até mesmo funcionários de várias instituições, têm recorrido ao mangal da Praia Nova a fim de fazerem as suas necessidades biológicas. “As autoridades municipais têm a obrigação de criar condições básicas de saneamento nos pontos de maior aglomeração populacional”.
O vereador da Industria Comercio e Turismo, Obadias Simango, disse que a situação de fecalísmo a céu aberto que se vive naquela zona é o reflexo do aumento de pessoas com interesses na Praia Nova, cujo fluxo não é acompanhado de infra-estruturas sanitárias.
Obadias, disse que a sua vereação tem vindo a mobilizar os comerciantes a se envolverem na construção de pequenas latrinas, que sirvam aos seus clientes. A ideia é vista como que pode diminuir a situação de fecalísmo.
Por seu turno o vereador de Gestão Urbana e Ambiente, Jeremias Liandro, que considera a situação da Praia Nova de crítica, referiu a Reportagem do jornal Púnguè que a edilidade está a elaborar um plano de construção de latrinas naquela zona, havendo neste momento pessoas a se envolverem em iniciativas privadas.
PUNGUE - 11.05.2006