O chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, reconheceu quinta-feira em Maputo "a impaciência dos cidadãos" face ao agravamento da criminalidade no país, prometendo acções do Executivo para conter a onda de insegurança.
Guebuza admitiu a situação de pânico que se vive no país por causa do crime violento, depois de confrontado por empresários sobre o impacto que os problemas da lei e ordem estão a ter nos negócios no país, sobretudo, no investimento turístico.
O debate entre o Presidente moçambicano e empresários ocorreu durante um jantar de angariação de fundos para o IX Congresso da FRELIMO, partido no poder em Moçambique, de que Guebuza é presidente, marcado para o mês de Novembro em Quelimane, capital da província da Zambézia.
Os participantes pagaram entre 250 e 830 euros para estarem presentes no jantar com o presidente de Moçambique.
"Tomámos nota da impaciência que se está a abater sobre os cidadãos, devido à insegurança, e o Ministério do Interior está a trabalhar para responder à altura das preocupações relacionadas com os problemas da lei e ordem no país", sublinhou Guebuza.
A acção do governo na reposição da normalidade não se limitará aos pólos de atracção de investimentos, porque "todos os cidadãos merecem sentir-se seguros em todo o lugar e momento", acrescentou Armando Guebuza.
Os empresários queixaram-se igualmente da persistência de diversos obstáculos administrativos aos investimentos no país, nomeadamente a demora nos procedimentos de licenciamento.
Face a essa situação, Armando Guebuza afirmou que o governo tem em marcha acções para remover os entraves burocráticos aos negócios, de modo a cativar os empresários a apostar mais em Moçambique.
"Para a maioria dos obstáculos ao negócio, temos em marcha diversas acções, e estamos também a identificar soluções para outras questões que ainda não têm resposta", enfatizou o chefe de Estado moçambicano.
Armando Guebuza incentivou os empresários a apostarem na exploração do potencial das zonas rurais moçambicanas, para que o país possa gerar riqueza e combater a pobreza absoluta no país.
"Temos nos nossos distritos imensas riquezas, mas somos mais pobres do que muitos países que não têm a metade do potencial que possuímos", assinalou Guebuza.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 26.05.2006