Porque muitas das vezes os comentários aqui colocados passam despercebidos, republico os colocados por João Craveirinha e eu próprio em
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/06/massacre_de_mue.html#comment-18949020
Os 500 anos, faz de conta …e o saite MACUA
NOSTRADAMUS
"Nostra Damus, Cum Falsa Damus,
Nam Fallere Nostra Est. Et Cum
Falsa Damus, Nil Nisi Nostra Damus"
(Damos o nosso, quando damos o falso,
pois o nosso é falhar - enganar. E quando
o falso damos, não damos nada, mas o nosso)
Os que vieram com as estórias da Nau Catrineta e da “treta”, da presença portuguesa de 500 anos, em África, foram e são precisamente os portugueses e o seu colonialismo ideológico...quando lhes convém em discursos inflamados de pseudo patriotismo…apregoados antes por seus cronistas coloniais (eram assim que se intitulavam a si mesmo com orgulho e prosopopeia os escribas europeus de suas épocas) …
O fantasma de Oliveira Salazar ampliou com a epopeia da "raça lusitana" no 10 de Junho esse conceito dos 500 anos, extensivos a Moçambique. No imaginário colectivo lusitano perdura entranhado na “ medula óssea” da memória do português mesmo em muitos ditos esclarecidos pois ao se inferiorizarem aos demais europeus da EU e EUA, presumem nada mais lhes restar do que recordar as conquistas (a ferro e fogo impostas) a outros povos com capa de Humanismo –, soit disant “trazer das trevas os cafres à Luz da Civilização Cristã”. Paradoxalmente abrindo caminho em África e no Mundo, à Europa mercantilista e gananciosa –, dos espanhóis, ingleses, franceses, alemães, suíços, belgas, austríacos, holandeses, etc., de então.
10 de Junho – dia da Raça lusitana (raça ?!), efeméride também apropriada pelos “skins heads” pretensos neo-nazis da extrema direita portuguesa, vestidos a rigor como em “old fascist day’s” da Mocidade Portuguesa. Erradamente rotulados de nacionalistas – nada a ver com este conceito. Nacionalista é quem sente pelo seu País o respeito devido pela Independência e Memória dos que caíram por ela e abertos ao Desenvolvimento do País em sã convivência com outros Povos.
Enquanto os que se sentem ex-colonos de África e certos portugueses (indígenas), não exorcizarem esse fantasma colonial passadista, não poderá existir uma Lusofonia salutar e fraternal que valha. É como diz o insuspeito Prof. francês Dr Patrick Chabal especialista académico em Londres de Lusofonia no Mundo …” é o complexo português do Império colonial perdido”…de que sofre uma inteira geração por durante décadas terem sofrido “lavagem cerebral”, acrescento.
Muitos dos que se manifestam neste saite Macua, manifestam precisamente isso mesmo sem capacidade de discernir e sopesar (nivelar) a História com o distanciamento de suas próprias frustrações em que se arvoram donos dessa História com monopólio exclusivo da mesma, ainda que distorcida (por falta de investigação séria e isenta - bebem dos cronistas coloniais sem a peneirarem situando na época própria), embaralhando a Histórica colonial aos olhos dos mais novos como é o caso de jovens Moçambicanos como Basílio Muhate, cujo “crime” para a maioria, é ser da Frelimo…e ter cometido a heresia de ser da geração da Independência de Moçambique e querer assumir sua Moçambicanidade (em construção), sem portuguesismos. Não tenhamos ilusões: - Basílio Muhate, poderia ser de outra qualquer formação política Moçambicana mesmo da oposição à Frelimo, ou da Renamo, que não faria diferença. O busílis seria sempre quererem falar com independência da História comum de Portugal com Moçambique (neste caso), acto que os netos do velho do Restelo por preconceito não aceitam qualquer informação em contrário, não reconhecem idoneidade para tal a um “muana orripa (filho da terra) ” de Moçambique ou a outro qualquer da geração pós-colonial.
Felizmente que é uma geração em extinção –, a dos saudosistas renitentes pela negativa, vítimas de uma cegueira que o tempo vai acentuando.
No entanto, é obra de mérito para a LUSOFONIA, este magnífico saite Macua – um registo para o tempo futuro dos resquícios da História de Moçambique e Portugal, “condenados” a coexistirem nos desafectos, com muito ressentimento comum, mas também ligados, “irmanados” nos afectos da Língua comum – a PORTUGUESA – não mais a língua do colono português. Uma Língua portuguesa com várias diversidades e pronúncias do Minho ao Algarve, de África a Timor passando pelo Brasil, Goa e Macau sem esquecer Malaca e a África do Sul. (Até soa com ritmo para canção sem colonialismos).
No entanto, esperando que o ensino da língua inglesa da primária à secundária em Portugal (sem reforço da qualidade da língua portuguesa), não transforme essa Língua Portuguesa “Mater” em língua morta na Europa. Valha-nos todavia a África e o Brasil, onde sempre sobreviverá a Língua Portuguesa. Timor Lorosae com os “cunhados” de Xanana a “controlarem o território”, mais tarde ou mais cedo “bandeará” para a língua inglesa, perdendo a língua portuguesa, ao contrário de Moçambique, que nada aconteceu demais com a sua adesão à Commonwealth.
Com este saite – MACUA, destarte, FERNANDO GIL merecia um PRÉMIO CAMÕES pelo seu contributo para a LÍNGUA PORTUGUESA e LUSOFONIA.
Saite visualizado por mais de 1 milhão e meio de pessoas em todo o Mundo e por tal premiado nos EUA. Processo longo de anos, sem contar com os oportunismos no aproveitamento do nome e acesso a nível de marketing. E de ainda boicotes ao nome inicial do saite Macua, preteridos para uma marca internacional estrangeira. Mais recente boicotes ou bloqueio em Moçambique do servidor de Internet local português, sem citar as anteriores ameaças de morte por email.
Ao saitista, Fernando Gil desculpa qualquer coisinha (como diz o outro), pela Inconfidência não Mineira do Tiradentes do Brasil camarada do nosso Poeta Gonzaga enterrado na Ilha do Próspero – Muhipiti.
É que estamos no século XXI em que tudo será revelado (ainda que, de qualquer forma), segundo rezam as Profecias Esotéricas de Nostradamus…
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NOSTRADAMUS
"Nostra Damus, Cum Falsa Damus,
Nam Fallere Nostra Est. Et Cum
Falsa Damus, Nil Nisi Nostra Damus"
(Damos o nosso, quando damos o falso,
pois o nosso é falhar - enganar. E quando
o falso damos, não damos nada, mas o nosso)
(in pag. 119, Romance Jezebela de João Craveirinha 2005)
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Saite denominando – MACUA – nome da etnia maioritária de Moçambique – entre-os-rios Rovuma ao Zambeze, com 9 dialectos do idioma “êmakhwa” padrão de Muhipiti (ilha), onde nasceu o “muana orripa – filho da terra” Fernando Gil – assumido primeiro macua lusitano, na simbiose dos afectos e dos desafectos de um Fado Tropicalizado, consumado neste saite MACUA.
Apesar de tudo o exorcismo já começou neste saite MACUA e Parabéns a seu mentor, não dizendo dono, mais gestor, por ultrapassado em dimensão, do seu próprio processo de evolução do saite onde se manifestam várias VOX POPULI, mesmo em contradição de energia “Quanta” ou interagindo como partículas de átomo – matéria em constante movimento disponível (que me perdoe o Grão-Mestre Max Planck pela intromissão e atrevimento).
…
No ano 2050 será o saite MACUA, sem dúvida, um dos arquivos preservados em CD’s (ou em outro meio electrónico mais avançado de DATAbase recording), a ser consultado com muita atenção para estudo, quando a maioria de nós estiver para além desta dimensão passageira. Que se cumpra este vaticínio. Nãme – Sia Vuma!
João Craveirinha (escrito no mês das futebolites agudas e passageiras em 2006-06-24).
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Caro João
Patrício e amigo
É do coração que te agradeço tudo o que me tens ensinado sobre Moçambique. E sei que tu sabes que, apesar de todos os defeitos, quem fez Moçambique foram os Portugueses de cuja cepa beirã descendo, orgulhosamente nascido na imortal e querida Ilha de Moçambique.
E novamente comparo Moçambique a qualquer um de nós. Houve um sonho, veio o esforço, alegrias e desesperos aconteceram, passou o tempo de gestação, criaram-se as formas e nascemos. Depois crescemos, meninice, juventude, puberdade e ficamos homens. Aí, fechamos o ciclo quando casamos e nova geração dermos ao mundo, pagando à humanidade a maior dívida com que viemos a este mundo: o ter nascido.
Mas, se quando casarmos e mudarmos de estado(como Moçambique com a sua Independência), deixarmos de ser quem éramos, também não seremos depois capazes de ser nós mesmos, ainda mais com responsabilidades acrescidas. Seremos algo novo, absolutamente sem raízes.
E Samora sabia-o quando, por uma utopia, quis criar o que chamou de “homem novo”.
Apenas conseguiu criar “desenraizados” na própria terra onde nasceram, com a agravante de muitos, e até alguns dos mais capazes, não resistirem e sentirem-se obrigados a emigrar ou, encontrando-se no estrangeiro, não regressarem para, de mãos dadas, criarem não o “homem novo” mas o “Moçambique novo”, orgulho de todos os seus filhos, naturais ou adoptados.
Bem haja Portugal por ter conseguido criar João Craveirinhas, Basílio Muhates, Mia Coutos ou os próprios Fernando Gis, o mesmo que dizer mais um mundo novo - que não apenas virtual -, dentro deste globalizado mundo!
Com um abração
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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