Contribuições para a história de Moçambique
por Eng.º Jaime Maurício Khamba
Gostei muito de ler o artigo sobre o Adelino Gwambe, escrito pelo Sr.Luís Nhanchote (Canal nr.5 de 13/02/2006 com o título: Não sei se Adelino Gwambe deve ser herói nacional). Infelizmente, são raríssimos, no mundo, os pretos que apreciam e glorificam os bons actos praticados pelos homens da sua própria raça. Em muitos casos, sucede que mesmo os beneficiados são tão ingratos que esquecem os seus próprios benfeitores. De entre eles, figura o Sr. Ministro Feliciano Gundana. Com efeito, esse Senhor (F.Gundana) deveria ser muito grato a Adelino Gwambe, pelo facto de este o ter recebido na União Nacional Democrática de Moçambique (UDENAMO) com o seu intimo amigo Gabriel Ndeo Machava, aquando da sua chegada a Dar-Es-Salaam, nos princípios de 1962, muito antes da Frelimo. O Ministro pertenceu ao grupo de Silvério Nungu, que foi recrutado pela antiga Associação Moçambicana de África Oriental, anteriormente chamada Associação Portuguesa de África Oriental, dirigida por Filipe Madzodzere, natural de Tete e por Uria Timóteo Simango na Rodésia do Sul (Zimbabwe) em 1960, à qual eu pertencia. Se hoje o Sr. Feliciano Gundana é ministro no governo da Frelimo é porque unicamente Adelino Gwambe o integrou na UDENAMO, da qual nasceu a Frelimo. Portanto o seu genitor e protector político é Adelino Gwambe, que fez com que entrasse na Frelimo e fosse ministro no governo deste partido. Esquecer isto, indo na caravana daqueles que não beneficiaram dele, que o acusaram daquilo que nunca foi, executando-o fora da lei, sob pretexto de “violência revolucionária” é ser ingrato ao máximo. A violência revolucionária, pois, não torna o homem racional em irracional, o homem normal em maluco. A violência revolucionária deve ser usada apenas contra um regime armado no poder e nunca contra um prisioneiro político e desarmado. Adelino Gwambe, com idade de 19 anos, mobilizou moçambicanos ao ponto de fundar a União Nacional Democrática de Moçambique (UDENAMO) para combater contra o regime fascista de Salazar.
E foi morto por aqueles que clemenciavam os soldados deste regime. Estou certo que muitos intelectuais moçambicanos desta e das futuras gerações reconhecerão Adelino Gwambe como um dos pioneiros, pais e padroeiros da Revolução Moçambicana. Na mesma publicação (Edição nr2 de 8/02/2006), o antigo Presidente de Moçambique, o Sr. Joaquim Chissano, afirma que veio a Dar-Es-Salaam, em 1962, sem todavia especificar, se veio para ficar ou não, visto que nesse ano residia em França. A verdade é que veio para uma visita de poucos dias, regressando em seguida. Durante a sua estadia em Dar-Es-Salaam, encontrou-se com Gwambe, Jaime Rivaz Sigauke, Fanuel Guideon Mahluza, Benedito M.Mapanje, Constâncio Diomba, Calvino Zaqueu Mahlayeye, Patrício Mayazi e com a minha própria pessoa. O Sr Joaquim Alberto Chissano não esteve em Dar-Es-Salaam durante a realização do primeiro congresso da Frelimo. Ele estudava em Paris. Veio definitivamente para Tanzânia depois de Mondlane ter completado o seu contrato de trabalho nos Estados Unidos por volta de 1963. CANAL DE MOÇAMBIQUE - 27.06.2006 (Eng. Jaime Maurício Khamba, P.O. Box 53502 Philadélphia, PA, 19105. USA) Veja também: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/01/a_rota_externa__1.html http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/adelino_gwambe_.html