Os 18 países e instituições que financiam o Orçamento de Estado moçambicano anunciaram a concessão de 474 milhões de euros para 2007, o dobro do valor para este ano, mas exigiram mais rapidez nas reformas.
A coordenadora do G-18 e embaixadora holandesa em Maputo, Lidi Remmelzwaal, confirmou que o valor representa "mais ou menos duas vezes" o que o grupo de doadores internacionais disponibilizou 2006, afirmando que o aumento resulta da confiança depositada em Moçambique.
No entanto, alertou para a necessidade de o governo moçambicano acelerar as reformas em curso no país.
Na última reunião de revisão bilateral, os parceiros de cooperação já haviam instado o executivo de Armando Guebuza a acelerar as reformas em sectores que contribuem para a promoção da democracia e boa governação, tendo em conta as metas acordadas para 2005.
Entre as áreas, apontam-se os da Justiça, gestão financeira, combate à corrupção, além dos sectores de água e do saneamento.
"A abordagem que temos vindo a fazer sobre o combate à pobreza é animadora mas é necessário que este esforços se traduzam em resultados concretos nas aldeias", disse Lidi Remmelzwaal.
"A sociedade civil tem que monitorar e nós também temos que prestar contas aos contribuintes nos nossos países", acrescentou a diplomata, após o lançamento do relatório de pobreza, em Maputo.
Lidi Remmelzwaal considerou que, em resultado do apoio, o executivo moçambicano tem um instrumento para fazer os seus planos no que toca à construção de mais escolas, postos de Saúde, saneamento e programas de combate ao HIV/SIDA.
"O esforço que está sendo feito é no sentido de que o apoio ao orçamento seja transparente, de modo que Moçambique possa crescer e corresponder às expectativas dos cidadãos", afirmou a diplomata.
"O Governo é responsável pelas opções e políticas de desenvolvimento que faz e a prestação de contas deve ser feita aos moçambicanos, onde a sociedade civil e a imprensa jogam um papel importante", acrescentou Lidi Remmelzwaal.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 26.06.2006