A TEXMOQUE, uma empresa têxtil, sediada na cidade de Nampula, paralisada devido a factores conjunturais, vai ter ainda este ano, um novo proprietário que se propõe a reactivar a sua actividade.
O facto foi revelado pelo Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando, que adianta estarem igualmente a decorrer negociações com alguns investidores estrangeiros visando reactivar a Textáfrica, igualmente paralisada na cidade de Chimoio, capital da província de Manica. António Fernando escusou-se a revelar o nome daquele que será proximamente o novo proprietário da Texmoque, um gigante adormecido desde 1994.
Na altura empregava mais de mil operários. A respeito da Textáfrica, aquele governante explicou que negociações também estão em curso com vários grupos estrangeiros do ramo têxtil, sendo, por consequência, difícil avançar a data em que a sua actividade será retomada. Dado o desenvolvimento tecnológico actual, que permitiu o surgimento de novos equipamentos têxteis de pequena dimensão, a Textáfrica poderá ser subdividida para se fazer o aproveitamento dos seus espaços múltiplos. O ministro destacou a importância que o Governo dá a reactivação das unidades têxteis neste momento paralisadas.
Uma das vantagens é de conferir mais-valia a produção nacional do algodão para abastecer as unidades locais. A província de Nampula já está a fazer um esforço de incrementar a sua produção de algodão na perspectiva de alimentar a indústria têxtil nacional e espera-se que a região centro venha a aderir a este movimento. O preço da fibra de algodão no mercado internacional tem conhecido variações negativas nos últimos anos, facto que tem determinado a redução do valor da comercialização do produto no país em prejuízo dos produtores, sobretudo do sector familiar. De acordo com António Fernando, os produtores e fomentadores do chamado "ouro branco", poderão encontrar uma saída airosa para o problema do preço do algodão caroço, colocando a sua produção junto das indústrias têxteis nacionais. O Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), desembolsou há cerca de dois anos, um montante avultado destinado ao pagamento dos salários em atraso, indemnização e outros benefícios aos mais de mil operários da Texmoque em Nampula.
Contudo, o processo aparenta não ter conhecido um desfecho final porquanto os operários reivindicam o pagamento de um montante correspondente a 80 porcento dos seus salários e férias que não gozaram durante os anos que estiveram empregados naquela unidade. Uma queixa reflectindo as preocupações daquela classe trabalhadora foi apresentada ao Chefe do Estado, Armando Guebuza durante a sua recente visita à província de Nampula, durante um comício popular na capital provincial.
NOTÍCIAS - 24.06.2006