O governo moçambicano pretende encontrar novos gestores para a Vilmar Roses, a maior empresa de produção de flores no centro de Moçambique, abandonada em Janeiro pelos seus accionistas zimbabueanos e zambianos, indicou hoje fonte oficial.
Além da paralisação da produção e exportação de flores, sobretudo para a Europa, a saída dos antigos accionistas da Vilmar Roses deixou 244 trabalhadores sem emprego e dívidas em impostos de cerca de 36 mil euros.
O abandono da Vilmar Roses, que no ano passado exportou cerca de 218 mil euros em flores, é mais um exemplo da crise que estão a atravessar os agricultores zimbabueanos que se fixaram no centro de Moçambique, após perderem as suas terras no seu país.
Segundo o director da Indústria e Comércio da Província de Manica, António Machamale, os esforços para que a Vilmar Roses volte a produzir e exportar flores contam com a Agência Norueguesa para o Desenvolvimento (NORSAD), que também financiou as actividades da empresa quando ainda era detida pelos farmeiros zimbabueanos e zambianos.
"O governo está interessado na reactivação da Vilmar, não só para garantir o pagamento de impostos, mas também para assegurar emprego aos mais de 240 trabalhadores neste momento desempregados", sublinhou Machamale.
Apesar do impacto negativo da suspensão das actividades daquela firma na economia de Manica, a província arrecadou perto de 6,5 milhões de euros em exportações, no primeiro trimestre deste ano, acrescentou o director da Indústria e Comércio da Província de Manica.
Sobre a falência das empresas dirigidas pelos "farmeiros" que afluíram à província de Manica, na sequência da controversa reforma agrária no Zimbabué, António Machamale apontou problemas de mercado, como a causa do insucesso.
Discordando deste argumento, algumas correntes de opinião responsabilizam o fraco envolvimento institucional no apoio a iniciativas empresariais do sector agrícola em Moçambique, como a razão do fracasso do sonho dos "farmeiros" zimbabueanos em obter os mesmos níveis de rendimento que até finais da década de 1990 alimentaram a reputação do Zimbabué como o celeiro da África Austral.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 01.06.2006