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No histórico Café Santa Cruz de Coimbra - espaço do antigo Mosteiro, onde repousam os primeiros reis de Portugal (D. Afonso Henriques e D. Sancho I) e o primeiro santo português (S. Teotónio) -, o jornalista e historiador Armando dos Santos Martins (A. Santos Martins) acaba de lançar mais dois dos seus 'livros malditos', como o autor lhes chama, por irem contra a corrente da historiografia 'politicamente correcta' do pós-descolonização.
A apresentação foi feita por Fernando Inácio Gil - de quem o autor disse aos presentes ser o criador e responsável pelo «melhor território da Internet sobre Moçambique» -, usando ainda da palavra António Marques - «o mais irreverente estudante de Coimbra do seu tempo, antigo deputado da Nação e desde há mais de vinte anos o grande impulsionador do Turismo Cultural da Região Oeste de Portugal» - e o escritor moçambicano João Craveirinha.
Na oportunidade, Armando dos Santos Martins ofereceu a João Craveirinha uma colectânea de poemas de Natal que reuniu e fez editar, onde, a par de Camões, Torga, António Nobre, Bocage, Vinicius, Irene Gil, Glória de Sant'Ana e mais algumas dezenas de grande poetas de língua Portuguesa, também incluiu o saudoso José Craveirinha.
Por seu lado, Fernando Simões Ribeiro, outro homem da Cultura de Coimbra - corresponsável, com Santos Martins, pela estátua de João Paulo II que existe na Lusa-Atenas -, ofereceu a Fernando Gil, João Craveirinha e António Marques medalhas desse saudoso Mestre escultor conimbricense que foi Cabral Antunes.
De acordo com o autor de 'Sofala, o primeiro templo da Igreja Católica na África Oriental' e 'Cabora Bassa - a Última Epopeia', 'Os Cinco Papas que peregrinaram em Portugal', 'Santa Maria Lúcia' (já editado em Espanhol), 'História da Casa do Minho' (dois volumes) e 'João Paulo II em Coimbra', estes seus dois últimos livros - 'Beira Púngoè - Salazar enfrentou aqui os Ingleses à mão armada' e 'De Coimbra a Cheringoma' - são também uma homenagem ao primeiro bispo da Beira, D. Sebastião Soares de Resende, no primeiro centenário do seu nascimento, que passa este ano.
Nos livros surgem também antigos estudantes de Coimbra que se celebrizaram na região moçambicana de que o autor trata nestes mais recentes volumes (antigo Território de Manica e Sofala), como é o caso do tenorino António Menano, o mais célebre cultor da Canção de Coimbra, que nos anos 30, 40 e 50 do século passado exerceu a Medicina num povoado 'perdido' no meio da floresta de Cheringoma (Inhaminga).
Entre a assistência, estavam mulheres e homens da Cultura coimbrã, incluindo personalidades que passaram por Moçambique, algumas das quais participaram no vivo debate que se seguiu ao lançamento dos livros.
Embora retrate, em pormenor, nos últimos capítulos do livro 'Beira Púngoè', os acontecimentos vividos na segunda cidade de Moçambique por força da independência unilateral da Rodésia de Ian Smith - que foi quando o Doutor Salazar mandou resistir 'à mão armada' a uma eventual invasão de ingleses, que bloquearam aquela cidade e o seu importante porto de mar com três porta-aviões e várias fragatas da 'Royal Navy' -, o autor vai muitíssimo mais longe e escreve sobre mais uma Grande Epopeia protagonizada pelos melhores filhos de Portugal e de Moçambique naquela 'Varanda do Índico'.
A Beira (que tomou o nome do título que recebeu à nascença o malogrado Infante D. Luís Filipe, herdeiro do trono assassinado em 1908) é uma cidade que os Portugueses ergueram no local mais 'incrível' que se possa imaginar - em cima de um pântano!
«A partir do Posto Militar do Aruângua, e no espaço de poucas décadas, os Portugueses ergueram uma das mais belas cidades da África Oriental, ainda por cima servida por um notável porto comercial construído sobre um imenso lameiro - e dois caminhos de ferro que servem toda a Região Centro de Moçambique (onde Portugal continental cabe várias vezes) e ainda quatro países vizinhos sem saídas para o mar».
«Tudo começou em 1887, e desde então, até 1974, Portugueses e Moçambicanos» - que, segundo o autor, bem merecem figurar entre os grandes 'Construtores do Império' -, «desenvolveram um notável trabalho de Colonização que transformou completamente todo um território (Moçambique) - maior que Portugal, a Espanha e um terço da França juntos -, que antes era mato bravio, num dos mais progressivos de todo o Continente Africano».
O autor viveu, como Militar e Jornalista, a última década desse imenso esforço civilizacional, investigou a fundo, como Historiador, todo o período antecedente, desde a ocupação da foz do rio Púngoè com o Posto Militar do Aruângua (1887), e oferece «aos jovens Portugueses e Moçambicanos dois livros que não são apenas uma homenagem mais que merecida aos seus Pais e Avós, mas um contributo para que se sintam galvanizados a enfrentar o Futuro com arreganho bastante para vencer todas as dificuldades.
«Se Portugueses e Moçambicanos puderam, naquele tempo, vencer o pântano, a malária e outras doenças terríveis, e erguer na foz do Púngoè e seu vastíssimo 'hinterland' uma Nova Civilização, imagine-se que nova e grande Epopeia poderão realizar, se para isso forem motivados, neste início do século XXI»!
Edição de Autor. Pedidos à Feira Permanente do Livro, com sede no Arco de Almedina, 33-35, 3000 COIMBRA (telefone 351.239 838 192)