O município de Maputo vai introduzir "brevemente" a taxa de turismo, visando colectar mais receitas para a edilidade que "está a trabalhar em dificuldade", anunciou hoje o presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Eneas Comiche.
Falando na sessão do governo de Maputo, no âmbito da presidência aberta do chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, o edil da capital moçambicana reconheceu as dificuldades que o município enfrenta, sublinhando a necessidade de encontrar algumas formas para reverter a situação.
"Em todas as cidades do mundo, os municípios cobram taxas de turismo. Quem vai acomodar-se num hotel tem condições para pagar esta taxa", justificou a iniciativa, destacando ainda a elaboração de um programa de desenvolvimento do município para os próximos dez anos.
No programa, as autoridades municipais de Maputo incluirão as componentes de desenvolvimento institucional, financeiro e de prestação de serviços, devendo, para tal, contar com apoio do Banco Mundial e outros parceiros de cooperação, avançou.
O referido programa será dividido em duas fases, prevendo-se que a primeira, de três anos, se inicie no próximo ano até 2009 e a segunda cobrindo os próximos seis anos, entre 2010-2016.
"Uma cidade deve ter um plano de desenvolvimento, que, normalmente, leva dez anos", referiu.
Segundo dados hoje apresentados, o município de Maputo conseguiu colectar no último ano mais de três milhões de euros, mas a situação financeira continua a apresentar um "desequilíbrio orçamental", reconheceu o edil.
O orçamento para o presente ano está estimado em aproximadamente 11 milhões de euros, levando as autoridades municipais de Maputo a recorrer a financiamentos externos para cobrir 57 por cento das despesas dos primeiros seis meses.
O município de Maputo "tem problemas de desequilíbrio orçamental, escassez de recursos financeiros e desequilíbrio entre receitas e despesas", apontou Comiche.
Por isso, destacou, a capital moçambicana depara-se com "problemas de recursos humanos deficitários", nomeadamente, com implicações, na recolha do lixo.
O presidente moçambicano congratulou-se com o trabalho desenvolvido pelas autoridades municipais de Maputo, reconhecendo que o "lixo é um dos grandes problemas" da principal cidade do país.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 19.06.2006