As Nações Unidas vão investir nos próximos seis meses 2,7 milhões de euros na construção de 11 aldeias em todas as províncias de Moçambique, visando criar condições habitacionais para milhares de moçambicanos pobres.
Hoje, o conselheiro especial do secretário-geral da ONU para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Jeffrey Sachs, procedeu ao lançamento da primeira pedra para a construção de uma aldeia do milénio no bairro Samora Machel, no distrito de Chibuto, no sul de Moçambique.
No âmbito desta iniciativa, aquele responsável participou na plantação de 500 árvores de fruto com a população e membros do governo de Gaza, onde nasceram alguns dirigentes moçambicanos como Samora Machel e Joaquim Chissano, ou Eduardo Mondlane, primeiro líder da FRELIMO, partido no poder desde a independência de Moçambique, em 1975.
A província de Gaza, onde centenas de crianças estudam ao relento e boa parte da população não tem acesso à electricidade, foi escolhida para albergar a primeira aldeia do milénio por ser uma das mais pobres do país.
O projecto aldeia do milénio visa criar condições básicas de sustentabilidade para cinco mil moçambicanos em cada província, devendo contribuir para a duplicação de produção alimentar, erradicação da malária, através da distribuição de redes mosquiteiras, e construção de salas de aulas nas regiões abrangidas, num período de dois anos.
Igualmente, pretende-se que as populações das 11 aldeias do milénio construam, num intervalo de dois anos, um posto médico e criem condições de electrificação com meios próprios, resultante dos projectos a serem desenvolvidos nestes locais, com apoio da ONU.
A propósito, Sachs, que é igualmente director do Projecto Milénio da ONU, assegurou que a sua instituição irá "apoiar a população de Chibuto de modo a vencer a pobreza absoluta".
"Queremos trabalhar com o vosso Governo para trazer mais benefícios para esta aldeia", disse o conselheiro especial do Secretário-Geral da ONU para os ODM.
Sachs terminará quinta-feira uma vista de quatro dias a Moçambique onde está a analisar a implementação dos ODM das Nações Unidas, cujo plano principal visa combater à pobreza até 2015.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 28.06.2006