Caros amigos,
Esta é a mensagem dos estudantes em Cuba. Aqui queremos fazer ver ao nosso povo as injusticias que os nossos governates estão cometendo com os estudantes na diáspora, concretamente falaremos da nossa situação e esperamos que isto faça com que os restantes estudantes saotomenses noutros países não tenham medo de falar das suas reais situações. Abaixo poderão ver o nosso comunicado:
"Uma vez mais o grupo não patriota e corrupto que tomou conta dos destinos de S.Tomé e Príncipe, insustentavelmente arremete contra o povo. Além do elevadíssimo custo de vida que sobe galopantemente enquanto a esperança de vida desce vertiginosamente, o grupo depravado e bastardo que assaltou o poder no nosso país ratificou com uma decisão inaceitável, o seu carácter genocida. É genocida porque se encaixa perfeitamente no suposto previsto na alínea c) do artigo 2 da Convenção da ONU para a Prevenção e Sanção do Delito de Genocídio.
O Executivo acaba de anunciar a necessidade de baixar mais ainda o subsídio dos estudantes no estrangeiro. Trata de desviar e encobrir a verdadeira intenção desta medida macabra com a nobre e imperante necessidade de se fazer uma redistribuição do pouco que o país arrecada através de empréstimos enquanto penhora com estupidez a sua soberania conquistada depois de muita luta.
Se a questão é apertar o cinto, que o apertemos todos. É verdade que todos devemos contribuir com o nosso esforço em nome da estabilização política e económica do país, o que está mais perto do que longe. Desafiamos ao grupo que criminalmente conduz a nossa terra à destruição, aos Deputados, aos Ministros, ao Senhor Presidente da República, a todos os dirigentes em geral, que dêem uma mostra de vontade de materializar e cumprir a promessa pública que fizeram à luz do artigo 73 da Constituição. Esta também gera obrigações e o seu incumprimento deve ser perseguido oficiosamente à luz dos artigos 1 e 9.a) da Lei 9/91. Que tenham um pouco de pudor e respeitem a Lei.
Antes de partir do país se acordou com cada estudante os seus direitos e obrigações. As partes puseram-se de acordo dentro desses mesmos direitos e obrigações. Em nenhum momento, nem remotamente, ficou pactuada a hipótese de se alterar o estabelecido. O Governo continua a incorrer no incumprimento doloroso das obrigações derivadas de actos jurídicos que concertou sem que a sua vontade estivesse enfermada por algum vício. Que tenha bem claro que estes formalizaram direitos e obrigações para ambas partes. Um dia terá que resarcir aos prejudicados por danos e prejuízos derivados de suas medidas absurdas, irresponsáveis, ilícitas e ilegais que perigam contra direitos constitucionais e fundamentais como o direito à vida e ao desenvolvimento pleno.
Os problemas crónicos da nossa Nação não se resolvem com recortes financeiros em programas sociais, não se resolvem com a privatização e a venda das nossas terras férteis, não se resolvem com o entreguismo servil e cego a interesses estrangeiros em detrimento dos filhos e filhas das Terras do Cacau e do Café, não se resolvem com dirigentes analfabetos e descarados que saqueiam a EMAE e sufocam as acções do Estado na CST com chamadas desmesuradas e pessoais ao estrangeiro; se resolvem com o reforço do papel doutrinal e clássico que deve desempenhar Estado, se resolvem com dirigentes exemplares e humildes que estejam interessados em fazer da poupança uma fonte de recursos e servir ao seu país com modéstia e patriotismo – se é que sabem o significado desta última – se resolvem com a cooperativização da agricultura e outros sectores produtivos e a criação de indústrias de transformação, se resolvem com a adopção de uma política fiscal e tributária realista, séria e atida ao Direito e à Justiça, se resolvem com o reajuste das caudalosas, regalias, isenções, subvenções e subsídios que dirigentes traidores e bandidos roubam do Erário Público, se resolvem com o estrito cumprimento dos artigos 23 e 24 da Lei 8/2003.
O nosso país não pode continuar assim, o país não pode continuar de tangas, é preciso potencializar a economia, é preciso que o Estado rasgue de uma vez por todas as ataduras que o ligam às Instituições de Breton Woods.
É de sugerir que em vez dos nossos dirigentes preocuparem-se com acções na Exxon Mobil, na Air Luxor e gastarem 7 000 Euros em alienada compra de vestuário no estrangeiro; deveriam tratar de dar vida a Petrogás, empresa nacional criada pelo Decreto-Lei 6/2001, deveriam ter ouvido o piloto Armindo Graça em carta datada de 11 de Maio de 2006."
Cuba, 17 de junho 2006.
Os estudantes são tomenses
Estudantes saotomenses en Ciego de Avila
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Ciego de Avila
Cuba
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