Texto agora enviado aos Deputados da Assembleia da República de Portugal:
Exmos Senhores
Como poderão verificar é Portugal que fica com o ónus de "má fé". Apenas lamento que nunhum Senhor(a) Deputado(a) ainda nada tenha perguntado ao Governo de José Sócrates a razão da "fita" feita na RTP em Novembro de 2005 ao lado do Presidente Armando Guebuza, além de todas as restantes questões que entretanto fui colocando. Da forma que o assunto é exposto até parece que Moçambique tinha "em caixa" o dinheiro para pagamento da contrapartida acordada, o que me parece não ser bem verdade.
A sair hoje em Maputo:
Cahora Bassa é fundamental - diz o presidente Guebuza
O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, considerou o "dossier" Cahora Bassa como sendo o assunto nacional fundamental de momento para o país, ao constatar, com certa satisfação, a maneira insistente como os jornalistas moçambicanos queriam saber um pouco mais sobre o "dossier".
Maputo, Sexta-Feira, 21 de Julho de 2006:: Notícias
Já fora do período normal da duração da conferência de Imprensa em Bissau e quando os profissionais da comunicação social tinham já os gravadores desligados, o presidente prosseguiu e comentou nos seguintes termos :
Quero vos dizer que estou muito sensibilizado com a vossa preocupação. Isso demonstra que a Imprensa está preocupada com os interesses nacionais. E isto é que deve ser reflectido, a todo o momento, pois, ajuda a criar os consensos nacionais, também a criar consensos fundamentais não só no país, como também nas pessoas que de fora olham para o nosso país e dizem "estes conhecem quais são os interesses principais" e, neste caso, Cahora Bassa é fundamental.
Situando em seguida aos jornalistas sobre o teor da conversa que manteve com o primeiro ministro português, José Sócrates, Guebuza disse que o governante informou lhe que ainda não estava em condições de assinar o acordo final, uma vez que havia diligências a fazer, e tendo em conta que o acordo foi negociado com Portugal, Moçambique só esperava que este país pudesse honrar os seus compromissos o mais depressa possível.
Guebuza falou com os jornalistas momentos depois de ter conferenciado com o governante português que a seu pedido aproveitou a estada em Bissau para lhe dar o ponto de situação sobre este complexo caso.
O presidente da República lembrou que quando em Novembro do ano passado foi assinado o memorando de entendimento em Lisboa foram definidos prazos que hoje não estão a ser cumpridos.
Perante este novo cenário, que deita por água abaixo o entusiasmo inicial, o "Noticias" quis saber, de forma insistente do estadista moçambicano, se o Governo ainda não tinha esboçado medidas de pressão com vista a forçar Portugal a acelerar o processo, ao que ele respondeu desta forma :
Moçambique manifestou já a sua preocupação de ver o assunto tratado o mais rapidamente possível. Como já disse nós definimos prazos que agora não estão a ser cumpridos. Nós queremos é ver o assunto fechado com a máxima brevidade possível, mas não podemos determinar prazos das diligências que Portugal está a fazer.
A uma outra pergunta sobre o que não teria sido acautelado no acto da assinatura do memorando de entendimento em Lisboa, o presidente disse que "nós sempre trabalhamos na boa-fé e nesta mesma base avançámos convencidos que havia condições para ser assinado o acordo. Só que neste momento, Portugal diz que ainda há diligências por fazer".
Naturalmente, nós temos que aguardar por essas diligências, sublinhou o presidente.
Porque já é público que a entrega de Cahora Bassa está presa à EUROSTAT, uma entidade de registo e controlo contabilístico europeu, questionámos ao presidente se nesta sua deslocação à Europa aproveitaria o momento para matar "dois coelhos numa só cajadada", falando com a EUROSTAT, ao que respondeu peremptoriamente da seguinte maneira :
Eu não negociei com a EUROSTAT, nem com a União Europeia, negociei foi com Portugal e é deste pais que espero a resposta.
ALFREDO MACARINGUE
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Com os meus cumprimentos e desculpas pela insistência
Fernando da Silva Inácio Gil
Cartão de Eleitor da Charneca de Caparica – Almada nº D-856
NOTAS FINAIS:
1 - Não tendo todos os Senhores Deputados endereço electrónico público (talvez para não serem incomodados por quem neles votou), solicito que as Direcções dos respectivos Grupos Parlamentares façam o favor de entregar a esses cópia deste texto.