A IDC, uma organização de partidos africanos do centro e direita, manifesta-se preocupada com as alegadas fraudes nos processos eleitorais no continente. O facto foi dado a conhecer pelo lider da organização e presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, no seu regresso de Cabo Verde, palco do último encontro do grupo.
Falando a jornalistas, Dhlakama disse que quase todos os países africanos estão ainda sob a liderança de partidos que desencadearam as lutas de libertação contra a dominação estrangeira. "Estes partidos estão apostados em não sair do poder e, têm sido principais responsáveis pela promoção de fraudes eleitorais. Posso dar o exemplo de Moçambique, Angola, Zimbabwe, Congo, de Mobutu, Cabo Verde e outros, que passados mais de 30 anos de governação, não querem deixar o poder". Para o presidente do IDC, o comportamento destes partidos, sobretudo na África Austral, retira credibilidade aos processos eleitorais do continente, perante a comunidade internacional.
Disse que no encontro em que estiveram presentes representantes de partidos do centro e direita de diferentes países africanos, foi avançada a ideia de criação de um fórum destinado a influenciar a comunidade internacional no sentido de prestar uma maior atenção aos processos eleitorais no nosso continente, de modo a evitar as alegadas fraudes. Neste encontro, segundo informou o líder da Renamo, foi também criado um comité, que vai se responsabilizar pela criação de laços de cooperação com diferentes países da Europa e América, principais financiadores das eleições africanas. "Não pretendemos que estes países tenham voz activa nos processos eleitorais africanos, mas pensamos que como doadores, eles podem pressionar para que sejam cumpridos os princípios democráticos em África". Acrescentou que a maior parte das formações políticas no poder em África, possuem uma génese comunista, apesar de hoje surgirem publicamente como partidos de orientação socialista.
De acordo com Dhlakama, tais partidos coordenam o que chamou de manipulações para fraudes eleitorais no continente, adiantando que o IDC pretende alertar o mundo no sentido de evitar tais situações. Adiantou que os partidos do centro e direita não pretendem recorrer às armas para a resolução dos seus problemas, tendo explicado que a sua estratégia é o fortalecimento de laços de cooperação com diferentes povos e governos.
NOTÍCIAS - 03.07.2006