DOIS corpos de vida e sem parte dos respectivos órgãos genitais foram registados até ao momento na sede distrital de Magude, província do Maputo. O primeiro caso ocorreu em Janeiro passado e o segundo, o mais recente, há sensivelmente duas semanas.
Para Zeferino Cavele, administrador de Magude, que prestou esta informação ao "Notícias", desconhecem-se até aqui as reais motivações que estão por detrás destas acções, estando a Polícia a trabalhar na sua investigação. Zeferino Cavele explicou que os sinais encontrados nos corpos das vítimas permitiram chegar à conclusão de que se trata de casos de roubo de órgãos humanos, visto que os dois corpos foram encontrados sem as suas respectivas cabeças. Para além de não estar sem a cabeça, o corpo do jovem foi encontrado sem os órgãos genitais e parte dos internos, ou seja, com o peito aberto de onde os criminosos retiraram tudo o que lhes apeteceu.
No que diz respeito ao corpo da anciã, o administrador apontou que o mesmo foi encontrado nas mesmas condições que a do jovem. De imediato foram desencadeadas acções que viriam a culminar com a localização da cabeça da idosa completamente destruída (despedaçada) e com o miolo subtraído. O miolo estava conservado à parte e na casa de um cidadão que neste momento se encontra a contas com as autoridades policiais. Este indivíduo ainda não explicou para que fins se destinava aqueles órgãos humanos. O nosso informador adiantou que, porque o caso ainda se encontrava numa fase de investigação, pouco ou nada se pode adiantar sobre as reais motivações dos criminosos.
Em todo caso, Zeferino Cavele explicou que as forças policiais estão a trabalhar com vista a cortar o mal pela raiz, de um fenómeno novo a nível do distrito. Não precisou, igualmente, se o único detido, suspeito de responsável pelo último caso, tenha algo a ver com o primeiro, facto que será esclarecido com o término das investigações. "É um fenómeno novo, uma vez que nunca antes haviam sido detectadas situações de género, ou seja, homicídios com o objectivo de retirar órgãos humanos para fins desconhecidos. Magude debate-se com problema de roubo de gado, situação que aparentemente está sendo minimizada pelas próprias comunidades que se envolvem em acções de fiscalização em coordenação com a Polícia" - disse.
Para o administrador de Magude, com a recente inauguração do Tribunal Judicial local estão criadas condições para o julgamento rápido dos processos, situação que aliviará a pressão que vinha sendo exercida sobre os funcionários que trabalhavam em precárias condições. O tribunal funcionava simultaneamente num compartimento com a Procuradoria. Enquanto um órgão estivesse a funcionar, o outro tinha que estar parado, o que retardava o julgamento dos casos.
NOTÍCIAS - 01.07.2006