Retirado de outro local da net, transcrevo, no que a Wiryamu se refere, o seguinte texto:
A 10 de Julho de 1973, o TIMES publicou um artigo na 1ª página, da autoria do Reverendo Adrian Hastings, do College of Ascension, Birmingham, contendo a descrição pormenorizada de um massacre praticado pela 6ª Companhia de Comandos, em 16 de Dezembro de 1972, na aldeia de Wiryamu, no então Distrito de Tete. Segundo aquele artigo que correu mundo teriam sido massacradas 400 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Outros massacres semelhantes teriam acontecido em Mocumbura, também em Tete.
Este artigo teve forte impacto mundial e provocou graves embaraços diplomáticos ao governo colonial português que procurou sempre escamotear a verdade. Na sequência desse artigo Marcelo Caetano chegou a ser vaiado por manifestantes quando no mesmo ano chegou a Londres em visita de Estado.
O referido artigo baseou-se num relatório elaborado por Padres Espanhóis. Mas como os Padres Espanhóis tiveram conhecimento do ocorrido?
Vou partilhar convosco uma informação que uma vez ouvi e gostaria de confirmar, se houver alguém que o possa fazer. Do que me consta, e deixo aqui o repto para que me corrijam se estiver errado, foram dois moçambicanos que transportaram as provas sobre o massacre de Wiryamu fornecidas por alguém do exército português e as fizeram chegar aos Padres Espanhóis. Uma das pessoas ainda está viva e espero que ela se manifeste, porque merece. A outra pessoa que colaborou para a denúncia deste acto bárbaro foi Gulamo Khan.
Tomando em conta o que acabo de contar considero bastante redutor quando alguém aparece a dizer que a razão principal da protecção que Samora Machel dava ao Gulamo Khan foi o facto de Samora Machel e o pai do Gulamo terem sido grandes companheiros de discoteca (numa linguagem mais recente) antes do falecido Presidente de Moçambique ter ido para a luta armada.
A serem verdade os factos que apontei, havia uma razão muito mais forte que terá levado Samora Machel a não se preocupar com aspectos da vida privada do seu colaborador e que toda a gente conhecia: Gulamo Khan foi antigo combatente na clandestinidade, na luta de libertação nacional.
E se houver alguém que saiba mais sobre as boas coisas feitas pelo Gulamo Khan durante a sua vida, é a melhor altura para as revelar. Estamos nos século 21, esta é a altura de resgatar esta figura tão importante no panorama nacional e que até agora tem permanecido tão “hide”. Os seus amigos o que têm a dizer?
NOTA:
Na foto, além do Padre Hastings, o Dr. Mário Soares na conferência de imprensa, a 11 de Julho de 1973