... com HCB em cima da mesa
“...a parte portuguesa deverá nos informar quando é que está pronta para assinar. Moçambique está preparado para assinar”, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação
O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, solicitou um encontro com o presidente moçambicano, Armando Guebuza, reunião a decorrer hoje (segunda-feira) em Bissau, horas antes do início da cimeira dos chefes de Estado e Governo da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP).
Os dois governantes estão em Bissau, para tomar parte na VI Cimeira da CPLP, que arranca hoje a nível dos chefes de Estado e Governo, com a duração de apenas um dia.
No entanto, não foi divulgado os detalhes da agenda do encontro Sócrates-Guebuza, mas acredita-se que os dois governantes, deverão abordar a incontornável questão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa(HCB), encravado a perto de nove meses.
Recorde-se que Maputo e Lisboa assinaram um memorando de entendimento em Outubro de 2005, em Portugal, onde Moçambique passaria a deter 85 por cento das acções, contra 15 por cento de Portugal.
Actualmente, Lisboa detém 82 por cento de acções no empreendimento, contra 18 por cento de Maputo. O acordo final deveria ter sido rubricado inicialmente em Dezembro do mesmo ano, mas Lisboa teve que aguardar a validação do negócio, junto das estruturas competentes da União Europeia (UE).
É que Bruxelas quer verificar até que ponto uma eventual reversão da HCB, para Moçambique pode significar nas contas nacionais de Portugal.
A chefe da diplomacia moçambicana, Alcinda Abreu, foi quem confirmou a solicitação de Sócrates, frisando que, Moçambique, acredita que a mini-cimeira produza algo de concreto.
“Neste momento o dossier aguarda a assinatura e, sobretudo, a parte portuguesa deverá nos informar quando é que está pronta para assinar.
Moçambique está preparado para assinar”, reiterou Alcinda Abreu, domingo, em Bissau, quando abordado por jornalistas moçambicanos sobre a questão.
Caso o badalado dossier chegue ao fim e se assine o acordo final, Moçambique deverá desembolsar cerca de 950 milhões de dólares, dos quais 250 milhões serão pagos pela HCB ao Tesouro Português e os remanescentes 700 milhões pelo Estado moçambicano.
Portugal reivindica esta indemnização, resultante dos custos da obra e de manutenção durante os cerca de 30 anos de actividade da infraestrutura.
( F.C) - MÉDIA FAX - 17.07.2006