A DIRECTORA do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Anna Soumaré, reiterou quinta-feira, em Maputo, a disponibilidade da sua organização em assistir o Governo de moçambicano na área de desminagem, assistência que, segundo ela, constitui a condição "sine qua non" para se atingir nas zonas rurais os resultados preconizados pelo Plano de Acção para o Alívio à Pobreza (PARPA).
Anna Soumaré que falava na abertura da reunião do Executivo e parceiros de cooperação da acção sobre minas, para a apresentação das prioridades de desminagem para 2006 e discussão das linhas mestras do plano estratégico para 2007-2009, sublinhou que aquele organismo da ONU vai "apadrinhar" o Governo na angariação de mais parceiros para se envolverem no apoio a esta área. Disse que a organização apoia o governo nos seus esforços para erradicar a pobreza, daí que se junta ao exercício para a integração da desminagem e de outros assuntos transversais preconizados pelo PARPA.
Entretanto, os parceiros de cooperação aprovaram o relatório anual do Programa de Acção sobre Minas 2005, prioridades de desminagem para 2006 e as respectivas linhas mestras do plano estratégico para 2007-2009. Constituem grupo de doadores e parceiros para a área de desminagem a Alemão, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, Flandria, Holanda, Irlanda, Itália, Japão, Coreia do Sul, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido.
Segundo o relatório anual 2005 aprovado no encontro, este sector planeia para o presente ano a condução de actividades de pesquisas técnicas, clarificação de áreas de alto e médio impacto para o reassentamento das populações, áreas de infra-estruturas sociais e socioeconomico, condução de actividades de educação cívica sobre o perigo de minas e de apoio aos programas de assistência às vitimas e sobreviventes de minas. Indica ainda o documento que, apesar dos esforços nacionais até aqui empreendidos, a situação de minas no país continua a mostrar sinais sérios e preocupantes. O número de vítimas cresceu de 30 em 2004, em 13 acidentes, para 57 no final de 2005, em 23 acidentes, e o nível de fatalidade passou de 3 para 23 em igual período. Adianta o documento que do conjunto das 1374 áreas identificadas pela pesquisa de impacto realizada em 2000 e 2001, ainda remanescem 351 por se determinar qual a sua situação real. A agregar a este número foram localizadas outras 215 áreas que não constam dos dados da pesquisa de impacto, entre as suspeitas e já confirmadas.
O presente relatório cobre o conjunto das actividades realizadas a todos os níveis no contexto da implementação do Programa de Acção sobre Minas no país, ao longo do ano de 2005.
NOTÍCIAS - 15.07.2006